Localiza perde mais de 5% após decepcionar investidores com balanço

Mesmo com o desempenho ruim de hoje, ação da locadora de veículos ainda avança quase 50% no ano.

São Paulo – Apesar da forte valorização das ações da Localiza em 2019, seus resultados financeiros não agradaram o mercado. A empresa de locação de veículos e gestão de frotas anunciou um lucro líquido de 204,7 milhões de reais no terceiro trimestre, abaixo da previsão média de analistas.

Com isso, os papéis da companhia (RENT3) apresentaram forte queda nesta quinta-feira (24). Por volta de 12h20, a ação cedia 5,23%, vendida a 42,06 reais cada. Mesmo com o desempenho ruim de hoje, a locadora de veículos ainda avança quase 50% no acumulado de 2019.

Considerados efeitos contábeis, o lucro de julho a setembro, de 205,9 milhões de reais, foi 28,8% maior do que em igual período de 2018.

Já o resultado operacional da companhia, medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), de 545,1 milhões de reais, veio acima da previsão média de analistas, de 529,9 milhões de reais. Aplicando mesmo critério contábil de exclusão do IFRS 16, o Ebitda de 502,4 milhões de reais, foi 26,8% maior ano a ano.

Desempenho bom, mas o mercado queria mais

Segundo o banco UBS, os resultados da empresa vieram sólidos, mas o mercado esperava muito mais. O que desfavoreceu um resultado melhor, destacou o banco em relatório, foi uma redução nos preços do aluguel de carros e uma maior depreciação do valor dos veículos.

“Suspeitamos que as locadoras compraram muitos veículos no terceiro trimestre, pesando nos preços do aluguel (o mais baixo da história, com redução de 4,2% na comparação anual), assim como as taxas de utilização, que caíram 2,5% na mesma base de comparação”, diz o banco em relatório.

A equipe da XP Investimentos atribuiu parte da desvalorização dos veículos à queda nas importações por parte da Argentina. Apesar da expectativa de queda da Localiza no curto prazo, os analistas da corretora mantiveram o viés otimista para um prazo mais longo.

“Apesar da falta de visibilidade da dinâmica de preços para a frente, o ambiente de oferta e demanda deve se normalizar gradualmente. Ainda assim, acreditamos que níveis mais elevados de depreciação devam persistir nos próximos trimestres”, escreveu em relatório.

Embora o crescimento no volume de negócios deva se manter, os analistas do UBS também concluíram que a depreciação do valor dos automóveis pode levar a rentabilidades mais baixas nos próximos trimestres, de modo que a reação negativa dos investidores já era esperada.

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