Hertz já não é só aluguer de carros

Serviço já existe no Leroy Merlin e chegou este verão à loja sueca. Empresa de rent-a-car aposta na diversificação

Que atire a primeira pedra quem nunca foi comprar móveis e, mesmo com eles desmontados, viveu momentos de frustração ao tentar encaixá-los num carro para rapidamente perceber que não cabiam. Nessas alturas, a única alternativa era pagar o serviço de entrega da loja. Ou ligar a um amigo.

A Hertz viu, nessa situação, uma oportunidade de mercado que quis aproveitar. Em março do ano passado, a empresa de rent-a-car lançou um serviço de aluguer de carrinhas na loja de Alfragide do Leroy Merlin. O sucesso foi tal que chegou ao final de julho deste ano presente em 25 lojas da marca espalhadas pelo país. “A procura, para nós, tem sido algo de espetacular. Porque é um produto que responde a uma necessidade premente. Noutros serviços nós competimos com outras alternativas de transporte e aqui estamos numa situação ideal, que permite ao cliente ter um usufruto imediato do que comprou. Teve uma adesão muito rápida”, indica ao Dinheiro Vivo, Duarte Guedes, CEO da Hertz Portugal.

Neste verão, a empresa decidiu aventurar-se para o Ikea. A par das lojas Leroy Merlin, passou a fornecer o serviço de aluguer de carrinhas também nas lojas da marca sueca, em Alfragide e Loures. Em setembro, avançará na de Matosinhos. Por essa altura, terá uma frota total de cerca de 50 viaturas para ajudar clientes a transportar para casa as compras de móveis e decoração. “O serviço é à hora. O preço começa nos 9,90 euros para as carrinhas mais pequenas e cresce em função da dimensão da viatura. São depois feitos também preços por cada 30 minutos extra, portanto há essa flexibilidade.”

O serviço faz parte da área de negócios 24/7 da Hertz Portugal. “Dentro do sharing temos dois produtos. O 24/7 City que é o produto de car sharing de carros elétricos em Lisboa e Cascais, para o consumidor final. E depois este 24/7 que são as carrinhas comerciais, em van sharing.”

A Hertz foi a terceira no país, a seguir ao Mob da Carris e à City Drive, a introduzir um serviço de car sharing, há mais de dois anos, em que o utilizador aluga um carro por um curto espaço de tempo, utilizando uma plataforma tecnológica. Duarte Guedes chama-lhe o rent-a-car 2.0. “Não somos exatamente iguais aos outros sistemas de car sharing que existem no mercado. Nós posicionamos os carros em bases alargadas junto a espaços nossos. E assim marcamos a diferença pela distância. Com as nossas viaturas é possível pegar num carro no aeroporto e ir até Cascais por 9,9 euros à hora. Fica mais competitivo do que outras alternativas, como o táxi.”

O serviço de car sharing – com carros BMW i3 e Renaults Zoe – serviu à empresa também para introduzir os carros elétricos . “Tivemos três motivações: primeiro testar o aluguer com recurso a tecnologia, depois introduzir os elétricos, já que é inevitável a crescente eletrificação do parque automóvel e, por último, ter uma aprendizagem em relação a uma gestão de frota operacional: saber, por exemplo, onde carregar. Por outro lado, oferecemos também uma vasta gama de soluções de sharing, o que também foi importante.”

Ainda assim, a expressão dos elétricos no total da frota rent-a-car da Hertz Portugal ainda é reduzida. A procura também não é expressiva, apesar de Duarte Guedes ter registado um pequeno pico durante a greve dos camionistas, com pedidos vindos de portugueses. “A nossa frota acaba por refletir muito a frota nacional. Temos os mesmo carros dos portugueses. Há uns anos toda a gente tinha automóveis a gasóleo, por isso as nossas viaturas também eram maioritariamente a diesel. Com os elétricos passa-se o mesmo. Ainda temos poucos, mas vamos tendo cada vez mais.”

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