Rodovias privatizadas oferecem serviços que usuários ignoram

A qualidade da rodovia, em especial uma pista bem conservada e sem buracos, é uma das exigências dos usuários de rodovias com pedágio. Entretanto, não é a única exigência prevista em muitos contratos de concessão. Há casos em que existe a obrigatoriedade da empresa vencedora de oferecer serviços de apoio aos usuários: primeiros socorros, atendimento médico a vítimas de acidentes de trânsito, atendimento mecânico a veículos avariados, guinchamento, telefonia de emergência e centros de apoio ao usuário onde é possível tomar água e usar o banheiro. Só que pouca gente sabe disso, passa pelas rodovias e nem percebe que existe tais serviços.
Para a aposentada Maria da Piedade Gomes Belo falta divulgação sobre como solicitar esses serviços. “Acho que poderia ter mais placas na estradas avisando sobre quais serviços são oferecidos pela concessionária da rodovia”, diz.
A coordenadora do Procon municipal de Belo Horizonte, Maria Lúcia Scarpelli, diz que o ideal é que as concessionárias divulgassem mais os serviços, o que poderia ser feito com panfletos quando o usuário passasse pelo pedágio. “É bom que o usuário coloque no celular o telefone da concessionária para acessar em caso de problema”.
O caminhoneiro Marcelo Martins diz que nunca precisou dos serviços. Para ele, um apoio que falta nas rodovias, em especial, em Minas Gerais, são os telefones. “É importante lembrar que só o celular e a divulgação do 0800 das empresas não é suficiente. Afinal, nem sempre há sinal em toda a rodovia. Se ficar sem sinal, o motorista vai ter que contar com a sorte para ser resgatado se tiver algum problema”.
Para ele, poucos usuários sabem dos serviços oferecidos pelas concessionárias das rodovias, que vão além da duplicação e conservação da pista. “Poderia ser mais divulgado”, diz.
O caminhoneiro Adriano Fialho Ferreiro diz que pagar pedágio não é a melhor opção. Porém, não há alternativas hoje para ter estradas em condições adequadas de uso. “Eu nunca precisei usar os serviços de guincho, socorro e ambulância. Só que me sinto mais seguro ao saber que há tais serviços. Na Bahia, eu vi que o serviço de socorro é bem rápido”.
O militar Hélio de Souza frisa que o brasileiro já paga muitos impostos e, logo, as rodovias deveriam ter qualidade. “É melhor pagar do que não ter qualidade”.
O empresário Eduardo Lemos Evaristo conhece alguns dos serviços, como o guincho. Para ele, o pedágio é caro e interfere no custo das empresas, mas não há outra alternativa. “É melhor pagar do que morrer. As rodovias sem pedágio são piores”, observa Evaristo.
Por Juliana Gontijo, do O Tempo.

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