Vendas de automóveis para negócios é maior só no Sudeste

Segundo a Jato Dynamics, o Brasil sem o Sudeste tem 79% de vendas para uso privado 

As vendas de automóveis de passeio para uso em negócios crescem como nunca e requerem  companhamento detalhado para entender o fenômeno. Essa foi a tônica da apresentação feita por Vitor Klizas, presidente da Jato Dynamics, durante apresentação no Automotive Business Experience, ABX19, realizado segunda-feira, 27, no São Paulo Expo. Ao explicar o crescimento das chamadas vendas diretas, Klizas disse que “é necessário olhar para o mercado não de forma superficial, mas sim indo ao detalhe técnico para entendê-lo”.
Foi o que ele fez, para o público presente no ABX19, na palestra “Os segmentos que ganham força no mercado de veículos”. Segundo a Jato Dynamics, as vendas de automóveis de passeio para uso em negócios somam 39% no Brasil, enquanto as vendas para uso privado são de 61%. “Se você acreditar que o Brasil inteiro é assim, estará equivocado”, disse Klizas. De acordo com as pesquisas da Jato Dynamics, num hipotético “Brasil sem o Sudeste” a proporção de vendas para uso em negócios cai para 79/21%. Ou seja: existe muito campo a ser explorado nas vendas para uso privado e isso está fora do fenômeno do crescimento das vendas diretas.
É importante destacar que na pesquisa feita pela Jato foram considerados de uso privado os carros para uso pessoal e PcDs. Os carros comprados para aplicativos foram considerados como uso para negócios. Essa classificação é diferente da usada pela Fenabrave para classificar as vendas de varejo e as vendas diretas. Fazendo a proporção de vendas para uso privado/negócios, o panorama nacional de 61/39% muda radicalmente. Em quatro regiões a proporção a favor do uso privado é maior do que a média nacional: Norte (77/23%), Nordeste (76/24%), Centro-Oeste (81/19%) e Sul (83/27%). Portanto, o potencial de vendas particulares no Sul supera bastante o do Brasil como um todo. Já no Sudeste, a proporção é de 49/51%, a favor das vendas para uso em negócios.
Klizas também mostrou o exemplo de específico de Minas Gerais, onde somente 20% das vendas são para uso privado e 80% são para negócios. Na Grande Belo Horizonte, o fenômeno é ainda maior, com 92% de vendas diretas. Trata-se de efeito óbvio das compras de locadoras como Localiza e Unidas, que emplacam toda sua frota nacional na capital mineira.
Mas a complexidade do mercado não se relaciona apenas com a modalidade de vendas. “O comportamento do mercado de veículos leves é extremamente dinâmico e requer acompanhamento diário”, explicou o presidente da Jato Dynamics, empresa que atua na inteligência da indústria automobilística em 52 mercados mundiais e está no Brasil há 22 anos.
Para Klizas, o chamado downsing de motores “simplesmente não aconteceu no Brasil”. É uma afirmação surpreendente, mas baseada em dados. “Não houve downsizing no Brasil porque os veículos com motor 2.0 representam 81% do mercado”, explicou Klizas.
Porém, ao apontar que os motores turbinados passaram de 7% em 2012 para 18% em 2018, a Jato também identificou que a busca por maior eficiência energética, apesar de ter acontecido com maior velocidade entre os SUVs, não diminuiu o desafio de melhorar ainda mais as emissões desse segmento, que continua sendo maior do que a de outros tipos de carros.
De detalhe em detalhe, a Jato Dynamics consegue analisar todos os fenômenos que ocorrem no mercado. Entre os carros com motor até 2000 cm3 de cilindrada, a adoção de motores turbo aumentaram 12 vezes em sete anos. “Não é tendência, é realidade do mercado”, disse Klizas. Isso explica, por exemplo, por que a FCA anunciou recentemente que vai investir em nova linha de motores turbinados 1.0 e 1.3.

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