Uma multa é aplicada a cada três segundos em São Paulo e a cada oito no Rio

Os motoristas da cidade de São Paulo receberam uma multa de trânsito a cada três segundos em 2013, segundo dados da Companhia de Engenharia de Trânstito (CET). No ano passado inteiro, foram aplicadas 10.153.567 multas, um acréscimo de 2% em relação as 9.958.646 autuações de todos os tipos aplicadas em 2012.
O aumento percentual no número de multas é semelhante ao crescimento de 3% da frota na capital paulista (de 7.363.210 veículos em 2012 para 7.577.216 no ano passado).
Na maior cidades do País, o excesso de velocidade é a principal infração cometida pelos motoristas, que resultou em 3.149.729 multas em 2013 (31% do total) e 3.199.148 em 2012 (32% do total).
Em segundo lugar aparecem as infrações relacionadas ao desrespeito ao rodízio, com 21%¨do total (2.177.038 multas) em 2013, e 22% do total (2.196.347) em 2012.
Estacionar em local proibido fica com o bronze neste ranking, com 999.464 multas em 2013 e 1.000.587 multas.
Multas em faixas de ônibus quintuplicam na cidade de São Paulo
A surpresa está na quarta colocação de 2013. Transitar em faixas ou corredores de ônibus gerou 713.548 multas no ano passado. Em, 2012, a infração não estava no ranking das cinco mais cometidas pelos motoristas, segundo a CET. No ano passado, a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) implantou 316,4 km de vias segregadas para os coletivos à direita em toda a cidade.
Na capital do Rio de Janeiro, foram aplicadas a 3.631.020 multas, o equivalente a uma multa a cada oito segundos, segundo a CET-Rio e a Guarda Civil Municipal.
A CET-Rio, que fiscaliza apenas por meio de radares eletrônicos, não detalhou os tipos de infrações cometidas pelos motoristas e informou apenas que 2.320.871 multas foram aplicadas eletronicamente no ano passado, contra 1.931.618 em 2012.
A Guarda Municipal informou que aplicou 1.310.149 multas no ano passado e 1.377.657 em 2012. Deste total, estacionamento sobre a calçada foi a infração mais cometida pelos cariocas, sendo 254.921 infrações em 2013 e 269.766 em 2012.
Radares
Os radares eletrônicos são as principais armas das cidade na hora de autuar os infratores. Das multas aplicadas em São Paulo no ano passado, 72% (7.359.243) foram por meio eletrônicos, 19% (1.886.165) por agentes de trânsito e funcionários da SPTrans (empresa municipal que gerencia os ônibus) e 9% (908.159) por Policiais Militares do Companhia de Policiamento de Trânsito (CPTran).
Atualmente, a cidade de São Paulo tem 597 radares. Destes, 91 são específicos para fiscalizar invasão de faixa e corredor, sendo 79 para invasão de corredores e 12 de faixas à direita, segundo a prefeitura. A previsão da administração é que até março deste ano 843 novos radares sejam instalados.
No Rio de Janeiro, os radares eletrônicos aplicaram 2.320.871 multas no ano passado, um crescimento de 20% em relação as 1.931.618 autuações aplicadas no ano anterior. Segundo a CET-Rio, “O esforço empreendido para a intensificação da fiscalização contribuiu para reduzir em 4,26% o total de vítimas de acidentes de trânsito e em 22,75% o total de mortes em acidentes de transito”, na comparação entre os primeiros semestres de 2012 e 2013.
Horácio Augusto Figueira, consultor em pesquisa da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet) e especialista em segurança de trânsito, diz que o número de infrações flagradas por radares e agentes de trânsito não é surpresa. Segundo ele, a quantidade de multa aplicada ainda é baixa na comparação com o desrespeito às normas de trânsito cometidos diariamente pelos motoristas.
“Fiz uma pesquisa em 2007 que mostrou que bastam oito minutos no trânsito para o motorista atingir 20 pontos na carteira. Só uma parte disso é flagrado. Um motorista médio comete cerca de 10.000 infrações por ano. A culpa é nossa, estamos barbarizando no trânsito e a tendência é que as multas aumentem até que o momento que as pessoas percebam que são cidadãs obrigadas a respeitar as regras de transito”, disse Figueira.
Por Ana Flávia Oliveira, do iG.

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