Queda na produção de veículos provoca mudanças na indústria automobilística brasileira e investimentos se distanciam

Enquanto indústria automobilística nacional enfrenta crise, investimento em inovação se distancia, e consumidores buscam alternativas e veículos mais baratos

 

Se a indústria automobilística brasileira já vinha enfrentando dificuldades na captação de investimentos há algum tempo, com os impactos da pandemia na produção de veículos, o resultado para o setor ficou ainda pior. De acordo com a ANFAVEA (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), em 2020, a produção no país caiu quase 32% na comparação com 2019.

Enquanto isso, segundo a OICA (Associação Internacional das Montadoras), a retração na produção de veículos em todo o mundo foi de, aproximadamente, 16%, o equivalente a metade dos resultados nacionais. Parte disso se dá por conta da crise econômica que o Brasil vem enfrentando desde 2015; contudo, especialistas apontam outros fatores.

Além da falta de insumos industriais na indústria automobilística, que está afetando diversos setores durante a pandemia, há também a carga tributária, que, somada com a alta do dólar, que encarece os custos de produção e desvaloriza a moeda local, cria dificuldades logísticas para, por exemplo, exportar veículos para mercados mais desenvolvidos.

Inovação na indústria automobilística durante a crise

O mercado é composto por períodos que se repetem, ou seja, a tendência é que, de tempos em tempos, os setores enfrentem dificuldades que os impulsionem a mudar. É justamente nesse momento de crise que fabricantes e montadoras encontram na inovação o melhor investimento em busca dos bons retornos financeiros.

Mesmo diante dos impactos da pandemia na indústria automobilística, diversos países estão se aliando à indústria automotiva para pensar no futuro e investir na produção e na popularização dos carros elétricos e híbridos. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA), apesar da queda na produção e venda de veículos em 2020, as vendas globais de carros elétricos cresceram cerca de 41%.

A agência também estima que, em 2030, 60% dos carros vendidos serão elétricos. Mas isso ainda não é uma realidade para o Brasil. No ano passado, os carros elétricos representaram apenas 0,3% das vendas do país. Além disso, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao Ministério de Minas e Energia, prevê que somente 10% a 15% da frota brasileira será elétrica em 2050.

Como fica o consumidor brasileiro?

Se, por enquanto, os carros elétricos não são uma alternativa plausível por aqui e, de acordo com, Paulo Miguel Junior, presidente do Conselho Nacional da ABLA (Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis), o prazo médio de espera pela entrega de veículos novos está em torno de 120 dias, não sendo o melhor momento para comprar um carro zero, como fica o consumidor brasileiro?

Para os brasileiros que pretendem mudar de carro, o mercado mais promissor tem sido o de aluguel de veículos ou de compra de carros usados. Até abril deste ano, as locadoras já investiram mais de R$ 6,7 bilhões em veículos novos para suprir a demanda por veículos imediatos que as fabricantes não conseguem atender.

A Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis também afirma que, no ano passado, as locadoras foram responsáveis pelo emplacamento de aproximadamente um a cada cinco automóveis e comerciais leves comercializados no país.

Dados como esse mostram o crescimento e a potência do setor.

Ainda de acordo com a ABLA, em janeiro de 2021, a frota das locadoras era de mais de um milhão de veículos. Desses, 52% representam aluguéis de longa duração para empresas privadas e órgãos públicos, 20% para motoristas de aplicativos de transporte, 20% para viagens de lazer, negócios ou substituição temporária de veículo próprio e 8% para aluguéis de longa duração para pessoas físicas.

Seja por conta das dificuldades financeiras, ou pela oportunidade de conseguir trocar de carro gastando menos, a compra e venda de carros usados é outro segmento do mercado automobilístico que segue em alta, mesmo durante a pandemia.

Segundo a Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), em dezembro de 2020, essa modalidade cresceu 23,6% na comparação com o mesmo período de 2019, impulsionada por quem utiliza o carro para trabalhar ou por quem busca alternativas seguras para não depender do transporte público.

Fonte: Click Petróleo e Gas

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