Carros 100% autônomos são o futuro?

Um dos grandes debates da indústria automobilística atualmente é sobre como os carros de autonomação total serão colocados no trânsito junto com outros veículos nas ruas.

Muitas montadoras investem pesado no desenvolvimento desses veículos, mas atualmente os carros já fabricados estão entre os níveis 2 e 3 de autonomação, sendo que existem até cinco níveis para que de fato o passageiro não precise usar pedais e volante.

A Audi é uma das várias montadoras que já equipa seus modelos mais sofisticados com uma série de recursos, como manter o carro entre as faixas, distância em relação ao carro da frente, leitura de placar de limites de velocidade e faz com que o carro as respeite, identificação de pedestres, animais e ciclistas à margem das rodovias e antecipa eventuais desvios ou frenagem.

Na prática, em determinadas circunstâncias, o carro já se comporta de forma totalmente autônoma.

Esse tema foi debatido por Maurício Monteiro dos Santos, que é designer da Audi e participou de uma palestra online na Feira ArtRio na última semana. Por vídeo, ele explicou detalhes sobre esses desafios das montadoras para que os veículos possam ser colocados cada vez mais nas ruas e estradas de diversas partes do mundo.

“Nós estamos em um momento de transição. Não é tudo elétrico (nos carros) a resposta para tudo. Existem alternativas e nós estamos começando a experimentar quais as consequências do carro elétrico. Estamos muito no começo. O que está acontecendo hoje dentro da sociedade vai ter um impacto nos carros e isso daí está mostrando para nós que a gente tem que ter um debate energético”, alertou Maurício.

Sobre os carros autônomos, Maurício mostrou preocupação com questões básicas de direção.

“Com relação ao carro autônomo, não é só a indústria que vai responder, são os governos e as leis. Por exemplo, o carro vai ter que tomar a decisão de não bater em uma árvore? Vai pegar um pedestre ou cair em um precipício? Quem decide isso? Vai ficar a decisão para o carro? Também é uma questão ética. As leis têm que ser elaboradas. Quem vai decidir não pode ser o carro”, questionou Maurício.

“Tudo isso está no centro do nosso pensamento, quais são as consequências éticas de tomar uma decisão dessa? Isso vem em função do carro autônomo. Ele precisa ser (autônomo) dentro dos limites possíveis”, disse Maurício.

Perguntado sobre como a Audi participa dessa regulamentação das leis, Maurício mostrou empolgação com a sequência do desenvolvimento do seu trabalho e levantou outras questões.

“Existe um debate de toda indústria em cima disso. Nós conversamos, trocamos ideias. Na Alemanha tem uma emenda constitucional, válida a partir de 2017, que impõe uma série de regulamentações para que se não cometam erros e excessos. As estradas têm que ser digitalizadas, não é só o carro. Eles precisam se comunicar”, disse Maurício, que atualmente mora na Alemanha.

“Como vai funcionar um carro passando dados para o outro? É um momento excitante para mim, nem todo mundo teve essa oportunidade de desenvolver carros por conta desses aspectos”, concluiu Maurício, que analisou diversos temas e tendências da mobilidade.

Além da Audi, diversas montadoras como Ford e Jaguar-Landrover já estão desenvolvendo há tempos sistemas que usam essa intercomunicabilidade entre os carros, sobretudo na Inglaterra.

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