Unidas pretende levantar R$ 780 mi com IPO

A locadora de veículos Unidas pretende captar cerca de R$ 780 milhões em uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), conforme a companhia divulgou ontem. Esses recursos levam em conta a venda das ações por R$ 16,93, equivalente ao ponto médio da faixa indicativa de preços, que vai de R$ 15,15 a R$ 18,71.
O anúncio do IPO da Unidas dá largada a uma corrida das locadoras de veículos pelos recursos dos investidores. Isso porque na semana passada, a Movida, controlada pela empresa de logística JSL, também deu início a uma oferta de ações que pretende movimentar algo em torno de R$ 790 milhões. As duas empresas vão se juntar na bolsa de valores à Localiza e à Locamérica, que já têm ações listadas.
Movida e Unidas, segunda e terceira maiores companhias de locação por faturamento, devem estrear no pregão com valores de mercado praticamente iguais, em torno de R$ 1,3 bilhão, considerando-se o preço médio da faixa indicativa dos papéis. No acumulado do ano passado até setembro, a Movida teve receita líquida de R$ 1,4 bilhão, enquanto a Unidas faturou R$ 926,4 milhões.
Líder do mercado, com uma receita líquida de R$ 3,1 bilhões de janeiro a setembro de 2016, a Localiza encerrou o dia ontem valendo R$ 7,7 bilhões.
Com o IPO, a Unidas dará saída aos fundos de private equity investidores da locadora, que são das gestoras Gávea, Kinea e Vinci. Além disso, a Principal, que pertence ao grupo português SGC SGPS, também venderá cerca de metade de sua posição na companhia. Com a saída desses acionistas, uma fatia entre 60% e 70% ficará em circulação no mercado.
Recém-chegada à Unidas, a Enterprise não venderá suas ações. O maior grupo de locação de veículos do mundo adquiriu 20% da Unidas em outubro do ano passado. Por um valor não divulgado, a Enterprise comprou uma fatia que pertencia aos fundos de private equity. À época, Pedro de Almeida, presidente da Unidas, afirmou que a Enterprise traria conhecimentos tecnológicos e operacionais que permitiram um melhor desenvolvimento dos negócios.
A venda das ações também trará recursos novos para a Unidas, num montante que pode ir de R$ 330,2 milhões a R$ 383,3 milhões, já líquidos de despesas com a oferta. Metade disso vai para o crescimento da companhia, enquanto o restante reforçará o caixa, segundo informações que constam do prospecto da oferta de ações.
A Movida também dará um destino semelhante aos recursos captados com os investidores, mas a companhia busca levantar mais dinheiro do que a concorrente, cerca de R$ 680 milhões, excluídas as despesas. A parcela que vai para a controladora, a JSL, é de R$ 68 milhões.
Bastante pulverizado no Brasil, o setor de aluguel de veículos ainda deve passar por um movimento de concentração. Em seu prospecto, a Unidas diz que as três maiores companhias brasileiras possuem 38,8% da frota para aluguel, enquanto nos Estados Unidos as três maiores empresas detém 93,1%. É esse potencial de crescimento que deve atrair os investidores para os papéis de Unidas e Movida.
A expansão das locadoras deve se dar tanto por meio da abertura de novas lojas e da expansão da frota quanto pela aquisição de concorrentes. Em dezembro, a Localiza anunciou a compra da operação brasileira da americana Hertz por R$ 337 milhões, além de uma aliança estratégica com duração de 20 anos para compartilhamento de clientes e da marca Localiza Hertz.
Para o analista Felipe Silveira, da Coinvalores, o fato de o setor de locação de veículos ter mostrado resiliência durante um período de encolhimento da economia também funciona como um atrativo para os investidores. “As empresas reduziram as despesas e deixaram seus negócios mais rentáveis”, diz Silveira.
Fonte: Valor Econômico

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