Anfavea prevê produção melhor neste ano

ANFA

Vale lembrar que, conforme o mais recente Censo da ABLA, as locadoras de veículos foram responsáveis por absorver 8,35% da produção da indústria automobilística em 2013 (a porcentagem relativa ao ano de 2014 está em fase de compilação na ABLA). Dessa forma, ainda mais em anos difíceis, como foi 2014, o setor se torna peça chave para a retomada do ritmo de vendas desse mercado.
Em 2014, conforme a Anfavea, verificou-se nas vendas e na produção os volumes mais baixos em cinco anos. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, as montadoras produziram 3,15 milhões de veículos no ano passado, uma queda de 15,3% em relação a 2013. Não se via volume tão baixo desde 2009, quando, no auge da crise financeira internacional, pouco mais de 3 milhões de veículos saíram das linhas de montagem.
Os emplacamentos de 2014, de 3,5 milhões de unidades, também foram os mais fracos desde 2009 (3,14 milhões), marcando queda de 7,1% em relação ao ano anterior – que só não foi maior por conta da corrida dos consumidores às concessionárias antes do aumento do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), confirmado na virada do ano.
 
Mas de todas as quedas reportadas pela Anfavea a mais expressiva foi registrada nas exportações. Diante da crise na Argentina, destino tradicional de quatro em cada cinco veículos exportados por montadoras brasileiras, os embarques cederam 40,9%, para 334,5 mil veículos. Foi o menor número desde 2002, ano em que 265,7 mil veículos saíram do país.
Para 2015, as projeções da entidade apontam para estagnação do mercado – que inclui veículos importados -, porém com alta de 4,1% na produção nacional (veja gráfico). A Anfavea está mais otimista com a fabricação de veículos porque prevê a substituição de automóveis importados por nacionais num cenário de valorização do dólar. Em suas contas, a moeda americana, que ontem fechou em R$ 2,67, chegará a R$ 3,10 até o fim do ano. Com isso, a fatia das importações no total de veículos consumidos no Brasil cairá de 17,6% para 16% neste ano, espera a associação. Adicionalmente, há expectativa de leve reação – alta de 1% – das exportações.
Ontem, após a representante das montadoras soltar os números, o UBS divulgou comentário no qual avalia que a queda nos estoques do setor reduz a necessidade de novos cortes de produção em 2015. O banco, porém, ainda tem uma visão mais pessimista do que a Anfavea, ao prever queda de 2% da produção de veículos neste ano.
De novembro para dezembro, houve uma redução de 63,3 mil unidades no número de veículos parados em pátios de montadoras e concessionárias. O encalhe total na rede caiu para 351 mil veículos no fechamento do mês passado, o suficiente para 28 dias de venda, se levado em conta o atípico ritmo do consumo em dezembro.
Se considerada a tendência de esfriamento do mercado em janeiro, a Anfavea estima que esse estoque – composto por carros ainda com alíquotas reduzidas do IPI – poderá cobrir 35 ou 36 dias de venda, adiando para fevereiro o impacto maior do aumento do imposto. As montadoras ainda acompanham com preocupação a situação, mas o giro dos estoques já está mais próximo da normalidade e melhor do que a marca de 42 dias registrada em novembro.
O balanço da Anfavea mostrou ainda que a indústria de veículos, junto com as fábricas de tratores agrícolas, terminou 2014 com 144,6 mil trabalhadores empregados, 12,4 mil a menos do que a ocupação de um ano antes. Luiz Moan, presidente da entidade, disse que o setor ainda administra excessos de mão de obra, mas voltou a dizer que as demissões anunciadas nesta semana pela Volkswagen no ABC paulista constituem uma “situação isolada”, que não se repete em outras montadoras. “O que está acontecendo é um processo de negociação individual entre Volkswagen e o sindicato”, disse.
Na terça-feira, a Volkswagen anunciou a demissão de 800 trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo, levando a uma greve por tempo indeterminado que parou ontem a unidade pelo terceiro dia. O plano da empresa é demiti-los no dia 5 de fevereiro, após período de um mês de licença remunerada. O sindicato dos metalúrgicos da região, porém, faz greve e pretende mobilizar operários de outras fábricas do ABC num protesto conjunto para pressionar a montadora a anular as demissões.
Também no ABC, a Mercedes-Benz anunciou o desligamento de 260 operários: 100 deles aderiram a um programa de demissões voluntárias e outros 160 foram demitidos compulsoriamente. Na quarta-feira, funcionários da Mercedes pararam a fábrica numa greve de 24 horas contra o corte. Outra manifestação na fábrica da Mercedes está marcada para a manhã de hoje, mas sem interromper o funcionamento das linhas.
 
Fonte: ABLA

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