Terceirização de veículo acelera operação

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Desfazer-se da frota própria de veículos pode ser a melhor forma de acelerar os negócios. Pelo menos é o que está acontecendo com os micros e pequenos empresários nos últimos três anos. Em lugar de adquirir os carros, estão terceirizando suas frotas, transformando os ativos em capital de giro. Com isso, cortam em até 20% os custos operacionais, sem levar susto com gastos em manutenção, impostos e troca periódica dos carros. Embora a terceirização já aconteça nas médias e grandes empresas, são as PMEs que mais crescem nessa modalidade.
Na Unidas, por exemplo, a terceirização já responde por 58% do faturamento do negócio e as frotas entre um e dez carros representam 71% da carteira de clientes e 13% do número de carros. Hoje 38% da frota é direcionada, exclusivamente, às companhias de pequeno porte.
Na locadora Avis, algo ao redor de 15% da receita de 2014 foi gerada pelas PMEs.
Na Hertz, os micros e pequenos empresários já correspondem a cerca de 25% da receita.
“Na média, a demanda por parte das PMEs por terceirização da frota tem crescido entre 5% e 10% ao ano e a expectativa para 2015 é que o ritmo de alta se mantenha nesses patamares. Esse processo permite uma redução nos gastos em cerca de 20%”, diz Paulo Nemer, presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira dasLocadoras de Automóveis (Abla). “Temos visto PMEs redirecionarem todo capital, antes mobilizado na frota própria, para uso como capital de giro”, completa.
A Unidas está vivendo essa realidade. A velocidade da demanda na locadora pode ser medida pelo número de consultas registradas, por dia, através do canal de atendimento ao cliente e recebimento de e-mails de interessados em informações sobre o processo.
“Em 2013, a média diária era de três consultas e hoje chega a 25. Deste total, pelo menos 15% fecham contratos para terceirização da frota. A maior demanda é por carros baú pequenos como Double e Fiorino, mini caminhonete e veículos 1.0, com ar-condicionado e direção hidráulica”, afirma Fernando Ribaldo Ribeiro, diretor de terceirização de frotas da Unidas. Hoje, na locadora, frotas entre um e dez carros representam 71% da carteira de cliente e 13% do número de carros. Entre onze a 50 carros respondem por 22% dos clientes e 27% da carteira. “Ou seja, clientes entre um a 50 carros representam 93% dos meus clientes PMEs e 38% da carteira. A realidade é que cerca de 80% das empresas de pequeno porte estão transformando ativos em capital de giro”, afirma.
Para os empresários pequenos e micros, as vantagens são inúmeras. “Os custos anuais com locação ficam, em média, 20% inferiores quando comparados ao volume de investimentos necessários para manter uma frota própria. Para se chegar a essa conclusão, as empresas levam em conta a depreciação dos veículos, os gastos com manutenção preventiva e corretiva, carros reservas, licenciamento, seguro e custos administrativos e de pessoal”, detalha Nemer, da Abla.
Segundo Ribaldo Ribeiro, “o carro é comprado de acordo com a necessidade do cliente”. “Se ele precisa de uma van para transportar alimentos, compramos o veículo e fazemos tudo de acordo com a determinação da Anvisa. Os benefícios que conseguimos por ganho de escala também repassamos para o cliente. A terceirização proporciona uma redução de custo de até 25% em comparação a frota própria”, afirma.
A demanda das PMEs por terceirização da frota, na Hertz começou há quase dois anos. “Desde então a procura cresce cerca de 10% ao mês e a busca é por conta, principalmente, da redução de custos”, diz afirma Luciano Bianchi, vice-presidente & controller da Hertz Brasil. A maior demanda, de acordo com o executivo, ocorre por parte das empresas de serviços, que cuka procura oscila entre 50% e 60%, seguida de pequenos laboratórios farmacêuticos e indústrias alimentícias.
“A maior busca tem sido por motorização entre 1.0 e 1.6 compactos como Gol e Sandero. Hoje as PMEs já representam algo ao redor de 25% dentro do faturamento da Hertz“, informa.
O negócio anda tão bem dentro da companhia que a meta para o ano já está traçada: dobrar a frota para terceirização e fechar dezembro com seis mil unidades. “Para o próximo ano pretendemos chegar a onze mil veículos”, diz Bianchi, Segundo ele, a redução nos custos depende muito do porte da empresa. “Em alguns casos a economia pode chegar até 30%”, afirma.
De acordo com Camila Azpeitia Rodrigues, gerente de marketing da locadora Avis, a demanda por terceirização vem crescendo desde 2011. “Em 2014 houve um acréscimo de 16%, devendo repetir o mesmo índice neste ano”, diz. A locação mensal, por parte das PMEs, também tem demonstrado crescimento.
“A procura aumentou 20% ao ano. Enquanto os contratos de terceirização têm prazo mínimo de 12 meses, esse tipo de locação é mensal. Nesses casos, os preços ficam entre 15% e 20% mais altos em comparação aos contratos mais longos”, explica. Os benefícios são comuns para uma e outra modalidade. “O cliente não se preocupa com o pagamento dos impostos do carro, a manutenção preventiva, a revisão. E tem um carro substituto quando o outro está na revisão”, conta.
Camila reforça que esses fatores acabam garantindo ao empresário que ele terá um custo fixo, com todos os benefícios embutidos, sem riscos de sustos no orçamento. “Uma das grandes preocupações dos pequenos é, justamente, o fluxo de caixa”, afirma.
Segundo a gerente, as empresas de menor porte já respondem por 15% da receita da Avis. “Hoje, entre veículos terceirizados e locados mensalmente, temos ao redor de 10 mil. A meta é ampliar em muito essa frota, mas ainda não temos números exatos”, ressalva.
Fonte: Valor Econômico – Impresso

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