Europcar retorna ao País e busca cem lojas até dezembro

A Europcar anunciou, na sexta-feira, 4, seu retorno ao mercado brasileiro de locação dois anos após ter encerrado sua participação local anterior, que durou uma década. Neste novo ciclo, tornado viável por parcerias, aquisições e um cenário favorável para o segmento, a empresa busca chegar a dezembro com cem unidades próprias em sua rede e frota de 5 mil carros.

A empresa começa a operação com 49 lojas, 68 pontos de vendas e frota de 3,5 mil veículos, estrutura estabelecida a partir da aquisição da Yes Rent a Car, empresa sediada em Minas Gerais que ganhou mercado após bem-sucedido plano de expansão por meio do modelo de franquias. Contar com um parceiro local com musculatura foi fator considerado chave para voltar a operar localmente, segundo Paulo Gaba Júnior, seu diretor-executivo:

“Na primeira passagem da companhia pelo mercado brasileiro havia poucas lojas e isso foi considerado pela matriz como um dos pontos fracos que levaram ao encerramento das atividades. Desta vez há capilaridade relevante com pontos de vendas espalhados em áreas estratégicas, situação possível com a aquisição que realizamos no ano passado”.

Gaba Júnior foi o responsável direto pela articulação da volta da lEuropcar ao Brasil e pelos contatos com parceiros locais. Ele, que na estrutura da nova Europcar aparece também como um franqueado, atua no segmento há trinta anos, foi presidente da Fenaloc, Federação Nacional das Locadoras de Veículos, e integrou a direção da Abla, Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis.

O planejamento da companhia envolve explorar principalmente o fluxo de turistas, sobretudo europeus, que passa anualmente pelo País. A empresa afirma ser a maior da Europa no segmento, com fatia de 38% do mercado regional, e por causa disso pode ser marca mais acessível ao público estrangeiro.

Segundo Marcus Bernhardt, diretor de cobertura internacional, o contingente de clientes que já contratou veículos da locadora, e alugou pela segunda vez em outros países, chega a 6,5 milhões de pessoas: “Este é o principal foco da nossa operação, pois temos um ótimo indíce de clientes que retornam às nossas lojas devido à nossa presença global. Mas também atenderemos ao mercado interno, que tem demanda crescente”.

O planejamento de mercado adotado pela empresa passa longe de uma concorrência direta com as três maiores companhias do setor, Localiza, Unidas e Movida, que lideram o segmento em termos de market share e de frota de veículos e que possuem capital aberto na Bolsa de Valores de São Paulo. Gaba Júnior argumentou a decisão citando brechas deixadas por elas no que diz respeito ao atendimento:

“Estamos em um mercado no qual as grandes empresas estão queimando dinheiro em uma batalha por menor preço. Não temos a menor pretensão de ser a locadora mais barata do mercado. Empresas que crescem muito não conseguem focar no que o cliente realmente precisa: atendimento e disponibilidade de veículos”.

Também está nos planos da empresa operar no Brasil as vinte categorias de serviços que presta no mercado europeu, como veículos com motoristas e veículos premium. De início serão dezesseis as categorias disponíveis aqui. A empresa estuda, também, a oferta de veículos elétricos e outros modais, como bicicletas. Vender veículos seminovos não está descartado.

A Europcar, cuja matriz fica em Paris, França, surgiu em 1949 como Europcars. Ao longo do tempo instalou-se em outros países do continente e já esteve sob o controle de Renault, para quem foi vendida em 1970, e Volkswagen, que ficou com seu controle em 1988. Em 2015 a empresa listou ações na Bolsa de Valores de Paris.

No ano passado sua receita chegou a 2,4 bilhões de euro, 13,5% a mais do que o registrado em 2016.

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