Setor de viagens se recupera e a previsão é de alta anual de 8%

Mesmo com a diminuição das vendas durante a Copa do Mundo, as agências de turismo mostram recuperação no segundo semestre e esperam ter crescimento de até 8% no ano. Segundo elas, a estratégia de reaquecimento está no aumento do turismo doméstico.
De acordo com especialistas do mercado, um dos legados deixados pelo evento mundial do primeiro semestre é a divulgação dos principais roteiros turísticos de lazer. “O evento mostrou mais do País para os brasileiros e aumentou o apelo pelos destinos internos”, afirma o diretor executivo da operadora de turismo TAM Viagens, Sylvio Ferraz Junior. Apesar do baixo rendimento durante a Copa, a previsão é que o volume represado de turistas procure pelos pacotes de viagem nos próximos meses.
A previsão é otimista, mas o mercado tem visto que não pode acomodar-se. Para concretizar os objetivos, as agências devem levar em consideração a insegurança da população com relação ao cenário de estagnação econômica.
Custo
Uma das estratégias utilizadas para a captação de clientes é a manutenção dos preços das passagens e dos pacotes de viagens. O vice-presidente de vendas, produtos e marketing da agência de turismo CVC, Valter Patriani, afirma que a manutenção dos preços é essencial para atingir o consumidor. “A tendência é que, com o crescimento da demanda, os preços aumentem. Mas o nosso foco é manter os acordos com os fornecedores para que isto não ocorra”, diz o executivo. Segundo ele, as famílias estão mais sensíveis ao aumento dos preços, sobretudo do lazer.
Divulgação e vendas
Afora incentivar o turismo doméstico, a Copa do Mundo trouxe a visibilidade do País para o mundo. E para aproveitar a nova demanda é necessário que medidas mais concretas sejam determinadas. “A divulgação era tudo o que o Brasil precisava, mas agora já foi feito. Chega de pensar apenas em promover”, enfatiza o presidente da agência Flytour, Elói Oliveira.
Ele acredita que para aumentar o fluxo de viagens entre estrangeiros e brasileiros é necessário que o Ministério do Turismo, os órgãos municipais e estaduais atuem em parceria com as agências. Assim, poderiam criar produtos viáveis para a população. Para Oliveira, a forma mais eficaz de empreender é adicionar à divulgação os preços e as formas de pagamento dos pacotes de viagens.
Com o foco de ajudar na recuperação do setor, o Ministério do Turismo anunciou esta semana um novo papel da Embratur: atuar como agência de fomento. “A visibilidade é a nossa principal matéria prima, mas precisamos de mais investimentos”, completa o presidente da Associação Brasileira de Agentes de Viagens (Abav), Antonio Azevedo. Para transformar a divulgação em produto, o executivo afirma que o País precisa melhorar as condições em infraestrutura e serviços.
Infraestrutura
A ampliação da malha aérea, os investimentos em saúde e em rodovias seriam apenas o começo para o Brasil conseguir receber mais turistas. “Precisamos materializar e praticar o que discursamos”, diz Azevedo.
Para o executivo da agência de turismo CVC, Valter Patriani, um ponto turístico só é considerado bom quando os moradores também o consideram assim.
Outro dado que o setor deve repensar é o alto custo das viagens dentro do País. Segundo ele, a percepção do custo-benefício ficou muito clara durante os jogos da Copa do Mundo, e isso foi um aspecto considerado negativo para o Brasil. Contudo, a espera é de aumento na demanda doméstica para estabilizar e diminuir os preços do mercado de turismo.
Turismo corporativo
Apesar de o mercado de turismo de lazer e venda de passagens ainda estar em processo de recuperação, o segmento de negócios já conseguiu estabilizar nos últimos dois meses. “A previsão é que o mercado atinja um crescimento próximo dos 10%”, afirma o diretor executivo da Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), Gervasio Tanabe. Para entender a importância do mercado, a Abav declarou que 64% do movimento da indústria de turismo provêm do segmento corporativo.
Atento à necessidade de investimentos para o setor, o Ministério do Turismo anunciou que serão realizadas rodadas de negócio com empresas do setor durante a 42° feira da Abav, realizada em São Paulo até 28 deste mês. A ideia é criar um planejamento de investimentos. “O ministério visa transformar o Brasil em um polo para outros megaeventos de importância internacional”, afirma Tanabe.
Por Vivian Ito, Do DCI.

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