Liberdade de impostos: sociedade trabalhou até hoje só para pagar tributo

Acredite: até hoje, todo o salário recebido no ano foi direcionado ao pagamento de impostos. São 153 dias trabalhados para arcar com tributos, segundo o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), dois a mais do que em 2015. E você não precisa ser contribuinte do Imposto de Renda (IR) para ter a renda integralmente destinada aos cofres públicos. Na conta, estão os tributos embutidos nos produtos, tarifas e contribuições.
Para mostrar à sociedade como a alta tributação tem impacto negativo na vida coletiva, com baixo retorno, a Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL-BH) realiza amanhã a 10ª edição do Dia da Liberdade de Impostos. Na ocasião, mais de 400 produtos de 110 empresas serão vendidos sem os tributos. Entre os itens, um carro.
“Dia 2 de junho é a data em que nos libertamos dos impostos. No ano passado, trabalhamos até maio para acertar as contas com o fisco, porque a incidência dos tributos foi menor”, explica o presidente da CDL-BH Jovem, Frederico Patatella.
Em 2015, a população brasileira trabalhou 151 dias para acertar as contas com o dragão. Na década de 90, segundo a CDL-BH, trabalhava-se 102 dias para pagar impostos. Na década de 80, 77 dias.
“O problema não é pagar impostos. É não perceber o retorno do dinheiro que pagamos”, critica Patatella.
Produtos
As lojas participantes estão listadas no site da CDL-BH. No entanto, as ações de conscientização serão centralizadas no posto Pica Pau, localizado na avenida do Contorno, 10.325, no Barro Preto. No local, o litro da gasolina será comercializado a R$ 2,094, um desconto de 41% sobre o valor com tributação. A venda é limitada aos primeiros 105 automóveis e 120 motocicletas. Senhas serão distribuídas.
No posto, também será realizado um desafio que dará ao vencedor a oportunidade de comprar um Nissan March 1.6, cor prata, por R$ 39.090,76. O valor cheio do carro é R$ 55.140, R$ 16 mil mais caro. Os interessados, conforme a Carbel Japão, parceira da CDL na ação, devem ir fantasiados ao posto, utilizando adereços que mostrem a insatisfação com a alta carga tributária.
Impacto
Segundo o diretor da rede de concessionárias, Pedro Pentagna Guimarães, os impactos da escalada dos impostos são altos. Ao reduzir as vendas, por elevar os preços, postos de trabalho são ceifados.
“Nossa intenção é mostrar quanto os impostos são altos e desproporcionais ao investimento público. No caso do carro, tiramos apenas os impostos diretos do veículo. Se formos contar os impostos do restante da cadeia, como autopeças, o valor seria muito maior”, alerta o empresário.
Por Tatiana Moraes, do Jornal Hoje em Dia.

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