Blocos de rua devem reunir um milhão neste fim de semana

Ainda não é oficial, mas neste final de semana já será carnaval no Rio. A expectativa é que cerca de um milhão de pessoas participem da festa nas ruas, porque não precisa esperar a entrega das chaves da cidade ao Rei Momo para brincar. Em toda a cidade, serão 130 blocos para cair na folia. Somente o Bloco da Preta, o maior deste pré-carnaval, espera reunir 500 mil foliões na Rua Primeiro de Março no domingo, a partir das 13h. O cantor e compositor Gilberto Gil vai participar pela primeira vez do carnaval de rua do Rio em cima do trio elétrico junto com a filha Preta Gil.
E perto dali, o Escravos da Mauá levará à Zona Portuária uma nova ala formada pelo bloco Loucura Suburbana, composta de pacientes do Instituto Nice da Silveira. O desfile este ano vai acontecer mais cedo. A concentração está marcada para as 10h de domingo, no Largo São Francisco da Prainha.
— Ela vai representar a Zona Norte, dentro da região portuária no desfile do Escravos da Mauá — conta Teresa Guilhon, uma das organizadoras do bloco.
O grupo contará ainda com o tradicional abre-alas de pernas de pau, que realizam coreografias e danças durante todo o trajeto, além dos diversos estandartes confeccionados pelas oficinas de criação do bloco e que vão homenagear os blocos de rua de antigamente.
No mesmo dia, também no Centro, o bloco brega Fogo e Paixão vai celebrar os 50 anos da Jovem Guarda, a partir das 10h no Largo São Francisco de Paula. Durante a apresentação, o grupo vai distribuir bolinhas de sabão para interagir com o público na hora da música de mesmo nome, que ficou conhecida na voz do Fagner.
— Já distribuímos camisinhas, calcinhas, rosas. Este ano serão bolinhas de sabão, que é para gente fazer um grande movimento de borbulhas de amor — conta João.
O bloco também incluiu este ano novidades no repertório, como músicas atuais, que vão de “Suíte 14”, de Henrique e Diego e “Aquele 1%”, do Wesley Safadão, a clássicos como “Mila”, do Netinho e “Mal Acostumado”, do Araketu.
O Metrô vai ter esquema especial para atender os foliões. As estações Catete, Cinelândia e Presidente Vargas estarão fechadas. Quem for curtir o carnaval no Centro poderá usar as estações Uruguaiana e Carioca. Esta última contará com bilheterias na área externa do acesso pela Avenida Rio Branco. Não haverá venda de cartões nas bilheterias internas. Para evitar filas, o melhor é comprar o cartão pré-pago com antecedência.
Na Zona Sul, o Empolga às 9 promete um repertório ainda mais variado com funk, samba, maracatu, frevo, forró, marchinhas e muito mais. Quem comparecer ao posto 9, às 16h deste domingo, poderá também ouvir de perto o samba criado pelos alunos da oficina de percussão do bloco.
— Abrimos um concurso para escolha do samba e curiosamente, quem ganhou foram nossos próprios alunos. Eles criaram uma canção que fala sobre mídias sociais e convoca as pessoas a sair das redes e a ir para as ruas neste carnaval. O mais legal é que eles não são músicos e sambistas. Na verdade, são pessoas de diversas profissões que se uniram e compuseram uma música — explica um dos fundadores, Bruno Magalhães.
Este ano, a bateria do Empolga será predominantemente feminina. Segundo Bruno, entre os 90 ritmistas, a maioria é mulher.
— Não vou dizer que somos a maior bateria feminina do Rio, mas com certeza estamos entre as maiores.
No sábado, o Simpatia é Quase Amor deve arrastar mais de cem mil pessoas a partir das 17h, na Praia de Ipanema. O enredo deste ano é uma homenagem ao compositor Chico Buarque. Para o desfile do Simpatia, o ponto de embarque do ônibus Metrô Na Superfície para a Barra da Tijuca será transferido da General Osório para a Siqueira Campos. Já no domingo, serviço retorna à estação normal.
E no Aterro do Flamengo, o bloco Tambores do Olokun, vai desfilar com o enredo “Baque de Todas as Cores” e manterá a tradição dos últimos quatro anos de homenagear Iemanjá, a soberana dos mares, no final do cortejo, na Praia do Flamengo. A concentração está marcada para as 17h, em frente ao Belmonte. Todos os integrantes do bloco usarão uma flor vermelha na cabeça para prestar uma homenagem ao amigo Adriano Cor, morto no ano passado em Nova Iguaçu por homofobia. O acessório foi escolhido para simbolizar a presença de Adriano, que costumava usá-lo.
— Esse ano vai ser especial, porque vamos homenagear o companheiro que perdemos no ano passado, Adriano Cor. Era uma figura super importante dentro do bloco — explica o fundador do bloco, Alexandre Garnizé.
Apesar de não fazer parte da agenda oficial do carnaval, o grupo faz um trabalho de conscientização dos foliões para preservar a cidade.
— Pedimos que as pessoas recolham o lixo no final do desfile. Fazemos a nossa parte. O carnaval é do povo, momento de ir para rua, festejar, celebrar, unir os povos. É o momento ideal de produzir energia.
Por Carolline Vieira, do O Globo.

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