Tecnologia deixa seu carro mais inteligente, mas você tem de acompanhar

A evolução tecnológica inicialmente permitiu a inclusão de novos itens de conectividade e segurança nos carros. Depois, possibilitou a popularização desses equipamentos, disponíveis a um número crescente de motoristas, e não mais só aos que podem comprar um automóvel de luxo.
Para usufruir os benefícios desses equipamentos, no entanto, é preciso saber usá-los corretamente. Caso contrário, o efeito será inverso — e o condutor terminará a viagem mais estressado do que o normal; ou, pior, ficará mais suscetível a acidentes.
UOL Carros lista abaixo dez dispositivos com alto potencial de mau uso, e dá dicas para corrigir o problema. Nunca é tarde para aprender isso. Confira:
CÂMERA DE RÉ – saiba ler os gráficos
Alguns compactos populares, como o Nissan New March, já oferecem câmera de ré como item de série em versões top. É um equipamento útil na hora de estacionar em locais apertados, mas não faz milagre: é preciso aprender a entender os gráficos auxiliares e/ou os avisos sonoros corretamente. Eles calculam comprimento e largura do veículo em relação à vaga e indicam angulações de esterço. Sem interpretá-los, o motorista pode sofrer ainda mais com a manobra. Quando opcional, é uma boa compra para quem tem dificuldades em estacionar.
SENSOR DE ESTACIONAMENTO – não se desespere com o apito
Na ausência da câmera de ré, o sensor de estacionamento quebra um galho, mas muita gente se assusta logo com o primeiro apito do sistema e freia bruscamente. Na verdade, o silvo inicial é apenas um alerta para que a manobra seja feita com cuidado. Até o último aviso (geralmente vários apitos em intervalos mínimos, ou um apito contínuo), há margem para deixar o pneu rolar mais um pouquinho. Se constar apenas na lista de acessórios, vale o investimento (e nem é caro).
PILOTO AUTOMÁTICO – este item não significa “carro autônomo”
Criado para facilitar a vida de quem faz viagens longoas, o piloto automático (ou controle de cruzeiro) permite que o veículo mantenha velocidade pré-determinada pelo motorista sem que este pise no acelerador. Em alguns casos, o sistema chega até a calcular a distância segura para os veículos que vão à frente (o chamado controle adaptativo). Atenção: piloto automático não é sinônimo de carro autônomo. O condutor precisa seguir atento ao trajeto para frear e/ou mudar a direção quando necessário. Se você quase não sai da cidade com seu carro, pode dispensar este equipamento.
ASSISTENTE DE ESTACIONAMENTO – não esqueça os pedais
Modelos mais sofisticados, como Ford Fusion, Range Rover Evoque e Volkswagen Tiguan já dispõem do assistente de estacionamento, tecnologia que faz o automóvel estacionar sozinho em vagas paralelas e, em alguns casos, também perpendiculares. É outro dispositivo cada vez mais avançado e confiável, mas que (ainda) demanda ação do motorista: este precisa controlar as ações nos pedais e alavanca de câmbio. Por demorar demais para completar as manobras, só compensa se o proprietário do carro for muito ruim de baliza.
NAVEGADOR GPS – programe-se para não se enrolar
Não há como negar que os navegadores GPS facilitaram demais a vida de quem trafega por cidades e estradas desconhecidas. Só que o equipamento também pode ser um vilão: se o motorista não definir a rota com antecedência, terá de se distrair com isso no meio do trajeto, aumentando o perigo de acidente. Para evitar problemas, selecione o destino antes de sair da garagem e, de preferência, deixe memorizados os endereços que mais frequenta. “Mas se um ladrão furtar meu carro, vai ter o endereço da minha casa gravado ali”, dirão alguns. Que tal, então, salvar a localização com um nome fictício, tipo “delegacia” ou “farmácia? Com a oferta de navegadores em smartphones, não vale pagar a mais por um GPS, como UOL Carros
START-STOP – é para usar (e abusar) sem moderação
A função do start-stop (que desliga automaticamente o motor durante a imobilidade — num farol, por exemplo) é economizar combustível em situações em que o consumo é desnecessário. Várias pessoas, contudo, têm medo de deixá-lo ativado o tempo todo, por achar que a ação de ligar/desligar o veículo corretamente causará desgaste mecânico excessivo. “Isso é balela. A bateria e o motor de arranque de automóveis com esse sistema são especialmente desenvolvidos para isso”, explica o especialista em engenharia automotiva e colunista de UOL Carros Fernando Calmon. Portanto, pode “abusar” do start-stop, geralmente item de série.
FUNÇÕES EXTRAS DO CÂMBIO – uso irrestrito força o motor e prejudica consumo
Muitas fabricantes oferecem um botão chamado “S” (de “Sport”) na alavanca de seus câmbios automáticos e automatizados. Ele serve para “esticar” as marchas e fazer o motor trabalhar com giros mais altos, aumentando o desempenho. As francesas Peugeot e Citroën incluem um comando antiderrapagem (no exterior, ele é chamado de “comando de inverno” e foi desenvolvido para andar sobre a neve, o que justifica seu símbolo ser um cristal de gelo). Neste segundo caso, o efeito é oposto: a transmissão promove subidas mais curtas e deixa as rotações em nível baixo, para evitar patinadas em pisos sem muita aderência. No Brasil, pode ser requisitado em terrenos de lama, grama molhada ou granizo. Acionar tais funções sem necessidade só servirá para aumentar o consumo de combustível e fazer o motor se esforçar além do normal. Ambas são incluídas de série em versões com câmbio automático/automatizado.
HEAD-UP DISPLAY – é para não tirar o olho da estrada (mesmo!)
Carros não tão acessíveis assim, como BMW Série 5, novo Mini Cooper e Chevrolet Camaro, possuem HUD (head-up display), inspirado em aviões de caça, que projetam informações instantâneas do quadro de instrumentos no parabrisa, na altura dos olhos do motorista, que pode consultá-las sem tirar o olho da estrada. Então é bom não se deslumbrar (e se distrair) com o item! Tirar a atenção da pista para “admirar” seu funcionamento só aumenta os riscos de acidente. No Cooper, o HUD vem como item de série.
COMANDO DE VOZ – pode acreditar: este sistema não tem problema de audição
Existe a piada do cego que reclama das pessoas gritarem em seu ouvido, porque pensam que ele também é surdo… Se pudesse, sistemas multimídia automotivos reclamariam do mesmo problema. Até modelos de entrada, como o novo Ford Ka, já oferecem conexão Bluetooth com comandos de voz — mas você não precisa gritar, nem falar como se fosse professor de gramática, para que o sistema reconheça o que disse. Use ritmo e tom de voz normais, e tudo vai funcionar direitinho. Se for oferecido como opcional para o carro que você deseja, o comando de voz é uma boa, porque permite ao condutor ativar comandos do sistema multimídia, ajustar o navegador e até fazer ligações sem tirar os olhos da estrada.
Por Leonardo Felix, do Uol.

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