Rota 2030 terá meta de melhorar em 12% a eficiência energética dos carros

AEA aponta que objetivo dos próximos 5 anos será mais desafiador que o do Inovar-Auto

Anfavea08Novembro

Fechado o ciclo do Inovar-Auto, que começou em 2013 e termina neste ano, a indústria poderá encarar metas de eficiência energética no Rota 2030 tão duras quanto as do programa anterior. Entidades, empresas e governo acertaram que as fabricantes de veículos precisarão melhorar em torno de 12% a eficiência energética dos carros vendidos no Brasil nos próximos cinco anos – depois disso serão definidos novos objetivos. “Será algo em torno disso, talvez um pouco mais ou um pouco menos. Estamos ajustando os detalhes agora”, conta Edson Orikassa, presidente da AEA, a Associação Brasileira de Engenharia Automotiva.

O dirigente confirma que, conforme adiantou Automotive Business (leia aqui), as medições finais do Inovar-Auto indicam que as montadoras chegam ao fim do programa com melhora média na eficiência energética superior à imposta pela política. “Os resultados indicam que a evolução foi da ordem de 15%”, aponta. Segundo ele, a ideia é que novas metas sejam anunciadas já para 2018, garantindo previsibilidade ao primeiro ciclo do Rota 2030, política que será dividida em etapas de cinco anos, com validade até 2033.

METAS MAIS DESAFIADORAS 

Ainda que a meta de eficiência energética do Rota 2030 seja equivalente à estipulada pelo Inovar-Auto, cumprir o novo programa será mais desafiador, lembra Orikassa. “Algumas montadoras conseguiram atender ao Inovar-Auto apenas com a inclusão de pneus verdes e outras tecnologias mais simples em carros de alto volume de vendas. Agora será preciso avançar mais”, observa.

O executivo destaca que o programa anterior foi um passo de grande relevância para a indústria brasileira. As empresas precisaram melhorar a eficiência energética em 12% nos últimos cinco anos, ou em 2,4% ao ano. “É um objetivo bastante agressivo, mais ousado do que o de qualquer outro programa global”, diz. O cálculo foi feito com base na média ponderada de consumo dos carros vendidos no Brasil.

A AEA aponta que há algumas mudanças previstas para o Rota 2030, com o refinamento da legislação que exige a melhoria da eficiência energética. No lugar de impor um único número para todos os veículos leves, as metas devem ser segmentadas, com patamares específicos para automóveis, picapes e utilitários esportivos, por exemplo. Está em discussão também metas de eficiência para veículos pesados, mas isso só deve entrar em vigor no segundo ou terceiro ciclo da nova legislação (leia aqui).

No Inovar-Auto os carros elétricos e híbridos rendem bônus às montadoras – cada veículo zero emissão vendido é multiplicado por dois para calcular a média da frota da montadora. O plano para o Rota 2030, conta Orikassa, é intensificar ainda mais essa vantagem, estimulando as vendas destes modelos no Brasil. Os motores flexíveis também ganharão atenção especial na nova legislação. O presidente da AEA diz que esta será mais uma tecnologia a render melhoria extra na eficiência energética das montadoras. Dessa forma, a indústria terá estímulo adicional para desenvolver soluções bicombustível.

ROTA 2030 SAI EM 2017

A AEA foi parceira técnica do governo ao longo de todo o debate em torno do Rota 2030 este ano. Apesar da negativa do Ministério da Fazenda, que já declarou que o programa não será aprovado da forma que está (leia aqui), a entidade mantém a confiança de que a legislação sairá ainda em 2017. “Nós não temos envolvimento com a parte fiscal, mas o governo se comprometeu em publicar antes da virada do ano a medida provisória para que o programa entre em vigor a partir de 2018”, diz Orikassa.

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