GM OnStar une ajuda ao motorista com rastreamento; assista

http://carros.uol.com.br/noticias/redacao/2015/11/11/gm-onstar-une-ajuda-ao-motorista-com-rastreamento-assista.htm
 
Se a decisão de equipar carros com rastreadores é polêmica quando estabelecida por agentes públicos — há poucos dias, o governo federal barrou o projeto que exigiria chip de identificação em todos os veículos existentes a partir de 2016, mas ainda ainda mantém a ideia de ter dispositivos em carros zero-quilômetro —, algumas montadoras apostam e apresentam suas propostas privadas.
Volvo e BMW, por exemplo, usam sistemas com sucesso há alguns anos, inclusive no Brasil. A mais nova fabricante a adotar a prática, e com um portfólio que permite rápida ampliação da prática, é a General Motors.
Anunciado em setembro, o modelo 2016 do Chevrolet Cruze trouxe apenas uma mudança realmente relevante em relação ao 2015: um novo retrovisor com três botões coloridos (preto, azul e vermelho) que comandam o OnStar. Design, conjunto mecânico (motor 1.8 e câmbio automático de seis marchas) e lista de equipamentos são os mesmos. Os preços variam de R$ 79.890 a R$ 89.990 para o hatch, de R$ 79.950 a R$ 88.900 para o sedã. Mas estamos de olho no OnStar.
Os americanos usam o termo “advisor” — que pode ser traduzido como “assistente”. A GM do Brasil prefira usar uma palavra francesa carregada de glamour: “conciérge” — traduzível diretamente para “porteiro”, mas cujo significado atual evoluiu justamente para o de “assistente para hóspedes e clientes”. Criado em 1996 nos EUA, o serviço une a tecnologias de diagnóstico eletrônico (informações gerais da central eletrônica do carro), rastreamento, orientação, telefonia celular, navegação por GPS e segurança passiva. Está ativo também no México e Canadá, China (desde 2010) e, agora, Brasil e União Europeia.

Divulgação

Volvo OnCall, similar ao OnStar, existe há dois anos no Brasil: em 2014, “100% dos carros roubados foram encontrados, 93% deles em até três horas”, diz marca

O que ele faz? E o que não faz?

Bastante complexo: essa é a definição para o OnStar nos EUA. Após um período de seis meses a cinco anos de gratuidade (quando se habilita o serviço com um carro novo), o comprador escolhe um de três planos básicos, com preços que variam de US$ 199,90 a US$ 349,90 anuais (de R$ 750 a R$ 1.312), com opção também de pagamento mensal: um apenas de diagnóstico do carro, com dados recebidos por email ou no app do celular, bem interessante na manutenção (diz, por exemplo, quantos quilômetros você rodou no mês e quanto gastou de combustível); outro com alarme e segurança remota, que pode até localizar e desligar o carro à distância, como também faz a Volvo; o último com auxílio em acidentes e assistente pessoal.
Por lá, há ainda a venda de pacotes telefônicos de dados e de telefonia 4G (algo permitido pelas leis do país), além do serviço que monitora diferentes carros da família de forma conjunta, entre outras interações. Com aval do condutor, e a GM faz questão de frisar essa condição, é possível que o sistema indique a promoção de pizza de um restaurante que esteja na rota determinada pelo condutor. Ou que uma companhia de seguros receba as informações de uso do carro e calcule um plano com prêmio mais barato por conta disso.
E, também, que um pai saiba que o carro do filho está saindo da faculdade em direção à sua casa — “dando tempo para que o jantar seja preparado”.
No Brasil, por força de leis locais e também para efeito de teste, o OnStar será mais limitado. Terá os serviços de assistência pessoal, auxílio em acidentes, segurança remota e monitoramento do veículo. Nada de usar o carro como um modem sem fio ou central telefônica por aqui (o carro tem um chip 3G para uso próprio, não para compartilhamento de chamadas ou internet). Nem de conectar e monitorar diferentes carros em um só plano. Também não há preço definido.
Segundo a GM, o serviço funciona como cortesia no primeiro ano da compra do Cruze, sendo pago a partir do segundo ano. Complicado é informar qual será este preço apenas daqui a um ano… .
Uma central telefônica dedicada, gerida em parceria com a Ituran (empresa do ramo de monitoramento de frotas), presta os serviços ao motorista, quando os diferentes botões do retrovisor são pressionados. Há ainda aplicativo de celular (por enquanto apenas para Android 5.0 e a promessa de Apple iOs em breve) e site oficial, que permite extensas configurações.
Na prática a GM do Brasil espera aprender com os hábitos do consumidor brasileiro. Globalmente, a marca afirma que o OnStar é um sucesso e um diferencial da marca frente às rivais: 75% dos carros novos de diferentes marcas do grupo em todo o mundo saem de fábrica com o serviço habilitado; o atendimento demora no máximo 30 segundos a partir do momento em que um botão é pressionado; começou com 3 mil interações (ou seja, 3 mil atendimentos feitos após um toque no botão) em 1996, chegando a 744 milhões de interações/atendimentos em 2014 (os chineses usam cinco vezes mais que os americanos). A expectativa é ampliar exponencialmente estes números, uma vez que europeus e, principalmente, brasileiros são clientes bem ligados em tecnologia e serviços de assistência.

De horóscopo a alerta de rodízio

Das três teclas, a mais simples é a preta, que habilita o sistema de telefonia por Bluetooth sem que você precise tirar o celular do bolso. Mas tudo fica diferente com o botão azul, que ativa o serviço de conciérge e conectividade. O atendimento prevê que funcionários da OnStar façam consultas rápidas na internet para o motorista ou aos passageiros, esclarecer dúvidas, ler notícias e até mesmo o horóscopo. Entre outras funções estão o serviço de reservas de hotel; informações sobre pontos de interesse e até mesmo de turismo em qualquer cidade do Brasil. Tudo isso é bem interessante por evitar que o motorista tenha o impulso de usar o celular no trânsito.
Há ainda o serviço de navegação, que descomplica a vida de quem ainda não sabe usar o aparelho de GPS ou apps do celular como Waze ou Google Maps. Em vez de pesquisar pelo nome do destino no GPS, o motorista pode solicitar ao atendente que envie o destino solicitado diretamente para a tela central do carro. Além da rota, o OnStar pode informar as condições de trânsito e fazer alertas sobre rodízio (útil na cidade de São Paulo, por exemplo, funciona como o atendente avisando, pelo sistema de som, que o carro está em horário de circulação proibida, quando o motorista dá a partida).

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A Ford tem solução próxima, não igual: Fusion, Focus, EcoSport e novo Ka com AppLinks conectam a central multimídia ao celular do condutor e ligam automaticamente para o Samu (192) em acidente com acionamento dos airbags. É gratuito, mas obriga que o acidentado esteja consciente para conversar com o serviço de emergência

De olho em você

Essa “clarividência” da central OnStar abre a discussão sobre a funcionalidade de segurança, emergência e rastreamento. Para os serviços de segurança, os atendentes podem, por meio do GPS do carro, rastrear qualquer rota, desde que explicitamente solicitado pelo motorista — se o carro for passar em uma zona de risco de assalto, por exemplo, é possível alertar a polícia após um simples desvio.
Pelo celular, porém, o dono do carro pode verificar, em tempo real (com possibilidade de configurar alertas e e-mails), se o carro está em movimento, a que velocidade está e em que lugar está, com direito a indicação no mapa. E isso sem avisar quem está ao volante.
Há ainda um serviço de assistência de recuperação de carro, que monitora o deslocamento do veículo e envia um comando remoto de redução gradual da velocidade ou até de bloqueio do motor, mas que só pode ser acionado, segundo a GM, após a comunicação das autoridades, mesmo procedimento adotado pela Volvo.
Nesta categoria se encaixa, também, o uso do botão vermelho, de SOS. O usuário é conectado à uma linha específica para emergências e terá seu atendimento priorizado. O primeiro deles é o “Road Service”, que pode solicitar socorro mecânico e elétrico, reboque ou auxílio para a troca de um pneu furado, de acordo com a garantia do veículo conforme as condições previstas no manual do carro.
O segundo é o de resposta automática em caso de acidente, feito em parceria com o Samu e com o Corpo de Bombeiros. Quando sensores detectam o acionamento dos airbags, um alerta automático com a localização do carro é enviado para o OnStar para que o atendente entre em contato com os ocupantes. Se ninguém no carro responder, uma equipe de resgate é avisada.
Com ou sem polêmicas, essa tecnologia deve aos poucos se espalhar pelo resto da gama Chevrolet (o próximo veículo a recebê-la deve ser o Cobalt, que muda de cara no mês que vem) e por carros de diversas marcas — ela é, de fato, um dos preceitos que levará à geração de veículos inteligentes, conectados e autônomos em um futuro bastante próximo. A questão é sempre manter a discussão — e os limites — entre o que é auxílio e o que é invasão.
Fonte: UOL Carros

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