Com 61 milhões de veículos, frota brasileira cresce quase 2,5 vezes desde 2001

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O Brasil – em comparação com mercados consolidados – ainda não possui uma frota per capita equivalente, mas já temos 61 milhões de veículos para 207,66 milhões de habitantes, população segundo estimativas do IBGE para 2017. Isso dá em cerca de 3,4 habitantes por veículo. Em 2014, a proporção era de 4 habitantes para cada veículo em circulação, o que mostra um crescimento rápido da frota nacional.

Numa comparação com 2001, a frota brasileira cresceu 2,5 vezes. No começo do século atual, haviam 14,4 veículos a cada 100 km, mas hoje isso já representa 29,7 por cada centena de brasileiros, mas a conta leva em consideração a população estimada para 2016 e não a desse ano. Esse grande crescimento da frota, segundo pesquisa do Observatório das Metrópoles, que está integrado ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, mostra que a alta ocorreu no período de crescimento econômico do país.

Com o aumento da renda e a melhora na economia, as vendas de veículos – especialmente automóveis – saltou rapidamente, especialmente nos últimos cinco anos. Além disso, o estudo apontou que a desoneração fiscal promovida pelo governo foi um impulsionador no aumento das vendas. Todas as regiões do país apresentaram crescimento acelerados nos emplacamentos. Isso sem que o país tenha criado um programa nacional de substituição da frota, o que sem dúvida alavancaria ainda mais as vendas.

De qualquer forma, a frota cresceu e o país subiu no ranking global da motorização, mas na lista só aparece em 65º lugar. Mas, mesmo que o Brasil ainda tenha muita lenha para queimar antes de se converter em um mercado consolidado, onde as vendas existem para substituição da frota e não para seu aumento, um efeito colateral pode ser facilmente observado quando não há planejamento para um crescimento como esse.

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Apesar de as vendas e a frota terem crescido, as cidades não investiram de forma correta para atender essa demanda. Em cidades pequenas, houve um aumento expressivo nas vendas de veículos, mas sem grande prejuízo para a infraestrutura de modo geral. No entanto, nos grandes centros, onde se acumula a maior parte das vendas, os congestionamentos aumentaram em proporção desigual.

Ao invés de melhor a malha urbana, as administrações locais e estaduais simplesmente aumentaram vias, pontes e pistas expressas para fazer o trânsito fluir melhor. Mas, se isso parece a solução, os números dizem o contrário. O estudo apontou que os congestionamentos dobraram em locais onde houve ampliação da via. O motivo nem é de engenharia, mas de oportunidade. Esta devido aos motoristas.

Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba, diz: “Uma ponte é o caminho mais curto para dois engarrafamentos”. Ele se refere ao fato de que quanto mais espaços forem criados para os automóveis, mais carros serão admitidos no trânsito diário. O estímulo vem da ideia de que as novas vias facilitarão o fluxo, mas o que ocorre é o contrário.

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Em São Paulo, por exemplo, uma pista central da Marginal do Tietê custou R$ 1,5 bilhão em 2010 para resolver 19,8 km de congestionamentos diários. Cinco anos depois, por causa dessa via, a distância subiu para 37,5 km de trânsito parado. Isso só na capital paulista, já que outras grandes cidades do Sudeste passam pelo mesmo problema. A região teve crescimento de 114% na frota de 2001 a 2016. O salto foi de 14,2 milhões para 32,9 milhões.

Com 54,2% da frota nacional, o Sudeste passou de 19,9 carros a cada 100 habitantes em 2001 para 37,2 carros por 100 habitantes. Ampliação da infraestrutura, bem como a facilidade de transporte ponto a ponto, o conforto a bordos automóveis e a vantagem de poder estacionar próximo do destino, fazem com que o automóvel seja o meio preferido pelos motoristas, embora 80% deles digam que deixaram de utilizar seus carros se houvesse um transporte público eficiente.

Fonte: Notícias Automotivas

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