Volkswagen rompe com fornecedor e antecipa férias coletivas

A Volkswagen anunciou nesta segunda-feira (8) que rescindiu os contratos com as empresas do grupo Prevent, dono de empresas de autopeças e que fornecia diversos itens para de veículos da marca alemã no Brasil.
De acordo com a montadora, que tem 18 mil empregados no país, a falta de abastecimento por parte da antiga parceira fez a Volkswagen ficar mais de 120 dias com a produção parada somando as fábricas de São José dos Pinhais, no Paraná, Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo, deixando de produzir mais de 100 mil veículos no período.
As 3 fábricas da montadora enfrentam problemas na produção desde meados de julho por falta de peças de carroceria provenientes da Fameq, empresa recém-adquirada pelo grupo Prevent. Antes disso, houve falta de fornecimento da Keiper, responsável por bancos.
“Essa ação foi a última alternativa encontrada pela Volkswagen para normalizar a sua operação e mitigar os impactos em toda a cadeia produtiva. É uma medida que causa pesados custos à empresa. A transferência do ferramental, sua instalação, sua validação e a curva de aceleração até que a empresa opere normalmente, resultarão temporariamente em perdas de produção”, disse a empresa, em comunicado.
A montadora também anunciou que antecipará as férias coletivas, antes planejadas para outubro, para agosto.
A Volkswagen disse ter ido a Justiça requerer a retomada dos ferramentais de sua propriedade que se encontram nas unidades do grupo Prevent.
Outro lado
Em nota, a Keiper, uma das empresas que pertence ao Grupo Prevent, afirmou que a “decisão de substituir o fornecedor é uma decisão arbitrária e unilateral da Volkswagen, que não leva em consideração o fato da Keiper aos longos destes anos ter suportado o desequilíbrio econômico, incorrendo em grandes prejuízos, mantendo a relação com a mesma qualidade, desempenho e expertise.”
Sobre a pausa no fornecimento de componentes, a Keiper, também em nota, diz que “todas as paradas ocorridas na produção da Volkswagen recentemente foram sempre precedidas de diversos comunicados de aviso e de alertas, no estrito cumprimento dos contratos, os quais também exigiram da montadora Volkswagen de honrar com a compra das quantidades mínima de peças que são exigidas para produção dos lotes econômicos.”
“Chamou ainda mais a nossa atenção e indignação o desrespeito demonstrado pela Volkswagen conosco, já que durante todas as últimas reuniões de negociação era evidente a proximidade de fecharmos um acordo, visto que, na reunião agendada para o dia 04 de agosto, já tínhamos decidido em aceitar a proposta da Volkswagen, objetivando compormos e encerrarmos a negociação comercial, ainda mais ante o reconhecido reajuste de preços propostos”, diz outro trecho da nota.
A multinacional Prevent é dona de diversos fornecedores de autopeças.
No 1º semestre, um deles, a Keiper, que produz bancos, interrompeu a entrega à montadora por diversas vezes, e a briga chegou à Justiça. Uma liminar obrigou a empresa a retomar o fornecimento e, ainda assim, continuaram as paralisações.
A Volkswagem diz que a Prevent “reiteradamente faz solicitações de aumento de preços” e de “pagamento injustificado de valores (sem respaldo contratual ou econômico)”.
Em maio passado, a Keiper também levou a Fiat a parar a produção na fábrica de Betim (MG), a maior do país.
Em junho passado, ante a novas paralisações no fornecimento, a Keiper afirmou que não tinha “nenhuma intenção contrária a não ser ver seu pleito atendido de forma a equilibrar seus custos de produção, os quais têm sido corroídos pela inflação, refletindo diretamente no seu fluxo de caixa”. E que buscava junto à VW “uma solução que possa resultar em vantagem para ambas, a fim de manter a parceria existente durante anos”.
Do G1.

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