Por que a parte de baixo dos carros não é plana e fechada?

Prática antes restrita aos superesportivos já começa a se popularizar

O fundo fechado do Mazda 6 melhora a aerodinâmica

O fundo fechado do Mazda 6 melhora a aerodinâmica

Por que as montadoras cuidam do valor de Cx da carroceria, mas ignoram a parte de baixo do veículo, assim como as caixas de roda? – Hans Thomas Gotz, Florianópolis (SC).

Haveria melhora no rendimento de um automóvel se fosse colocada uma chapa por baixo do veículo que tornasse o assoalho plano? – Pedro Mendes, Catalão, GO.

Até uns cinco anos atrás, o esforço para tornar a parte de baixo dos veículos mais eficiente era dirigido à criação de downforce e não à redução do arrasto aerodinâmico (Cx).

Em veículos de alta performance, como Bugatti Veyron, Porsche ou Ferrari, o fundo do veículo é projetado para que o fluxo do ar sob o veículo combinado com o fluxo sobre a carroceira crie uma forte pressão aerodinâmica vertical, para deixar o carro mais preso ao asfalto em alta velocidade (acima dos 150 km/h).

De fato, a quantidade de tubos, saliências e outros obstáculos que há embaixo dos automóveis criam uma considerável resistência ao ar, assim como as caixas de rodas. Tudo isso causa grande turbulência de ar e prejudica o desempenho.

No atual cenário de busca incessante por redução de emissões e, por consequência, de consumo, as fábricas estão começando a aplicar nos carros comuns o mesmo conceito de fundo mais liso que há nos superesportivos – mas com foco na eficiência aerodinâmica, não no downforce -, como é visível no sedã Mazda 6 da foto de abertura da matéria.

Hoje, mesmo sem serem totalmente fechados (o que demandaria um enorme trabalho de engenharia para acomodar componentes como canos de escape e linhas de ecombustível, entre outros), os fundos estão sendo trabalhados para reduzir o arrasto. Modelos atuais de marcas como Audi e Mercedes já possuem placas (carenagens) que cobrem parcialmente os componentes.

Visão inferior do Audi A8: quase todo carenado

Visão inferior do Audi A8: quase todo carenado

Em países com superfícies de rodagem irregulares como o Brasil, há um fator complicador, que é a altura livre em relação ao solo necessária para não danificar as carenagens – fato que ocorreu com nosso Mercedes A 200 de Longa Duração em 2014, cujo conserto saiu bem caro.

Curiosamente, nos anos 40 e 50 um acessório muito comum eram as saias que cobriam parcialmente os pneus traseiros, o que ajudava a reduzir a turbulência nas caixas de roda. Por uma questão de estilo e praticidade, foram descontinuadas.

Fonte: Quatro Rodas

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