Rio: Aluguel de veículos blindados conquista adeptas na Zona Sul

RIO — No ir e vir de compromissos noturnos; naquela chegada triunfal em eventos badalados; no transporte de dinheiro, joias e outros objetos de valor; ou mesmo no trânsito diário pelo Rio — sempre uma aventura —, os carros blindados são uma mão na roda no quesito segurança. E vêm caindo no gosto do consumidor comum, atraindo principalmente o público feminino. Locar um veículo como este é uma opção mais vantajosa do que fazer a blindagem de um carro particular, que pode custar entre R$ 60 mil a R$ 120 mil, além de passar pela desvalorização natural.

Dados do Sistema de Controle de Automóveis Blindados (SisCab) coletados entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2015 mostram que havia 18.086 carros blindados no Brasil, 2.151 deles no Rio de Janeiro. A cidade só perde para São Paulo (12.841). Este ano, 4.985 novos carros passaram pelo processo de blindagem, entre 1º de janeiro e o dia 10 de maio.

Da Zona Sul, a atriz Aisha Jambo e a consultora de moda Dani Lachter já aderiram ao aluguel de carros blindados.

— Eu moro em Laranjeiras e uso muito no trajeto para a Barra quando vou a eventos. Tenho clientes que trabalham com joias e pedem também. A segurança é o principal quando alugo um blindado — diz Dani.

Aisha aproveita o serviço também para curtir em grupo:

— O carro blindado traz um conjunto interessante: a segurança de chegar bem; o conforto; a comodidade de ter um motorista; e o charme. Eu já alugava para viagens próximas, mas costumo usar para ir ao lançamento de novelas e filmes. É uma boa experiência para compartilhar com os amigos — declara a atriz, moradora de Copacabana.

Para a artista Adriana Bombom, outra adepta, além da segurança garantida, chegar em um blindado é puro luxo:

— É ótimo porque não preciso tirar meu carro da garagem e nos eventos mais badalados chego no tapete vermelho e com um motorista alinhado, cheiroso, impecável e de sorriso no rosto. Acho que esses carros já deveriam estar na pista há muito tempo. No dia a dia, uso modelos básicos — frisa.

Relações-públicas e consultora em marcas de luxo, Nina Kauffmann começou a usar o serviço para ir a eventos durante a Olimpíada este ano.

— Comecei a alugar por uma questão social e por segurança, principalmente porque frequento muitos eventos à noite. Assim, posso colocar uma joia, um vestido bonito, ir tranquila para uma festa. Volta e meia uso para ir a casamentos no Centro, que está muito deserto nesse horário. E com o fim dos Jogos voltou aquela loucura de assaltos. Acho que andar de carro blindado é a tendência natural nesse momento que estamos vivendo — frisa.

Todas são clientes da Blindaquo Quality Car (3128-2223), cujo negócio começou por acaso, quando os sócios-proprietários começaram a blindar seus carros. A empresa que prestou o serviço sugeriu que eles os alugassem por intermédio dela. Em seguida, o casal adquiriu também uma van. Hoje, são 70 blindados na frota.

— Eles perceberam que era um nicho pouco explorado no Rio. A empresa teve início informalmente, dentro da blindadora. Pouco tempo depois, em 2006, eles abriram a Blindaquo — conta Yuri Domeniconi, atual diretor da empresa.

Um Corolla, na Blindaquo, tem diária em torno de R$ 600 e R$ 700, enquanto um Mercedes custa R$ 350; e uma Land Rover Discovery 4 varia entre R$ 1.800 e R$ 2.500 (diária de dez horas com motorista ou 24 horas sem motorista, pelo mesmo valor). É possível fechar também pacotes mensais, por noite (mínimo de seis horas), para noiva ou para turismo.

Segundo Yuri, as mulheres que, há dois anos, representavam 3% dos clientes da empresa, agora chegam a 18%. Ter um motorista treinado à disposição é um facilitador, seja para dirigir ou mesmo que para abrir e fechar as portas. Dependendo do modelo, o peso do veículo pode aumentar em até 300 kg em relação a um automóvel tradicional.

— Elas não buscam só um carro, buscam uma experiência. O carro tem perfume, os bancos são modificados para ter o couro mais agradável ao toque. As vans mais novas têm o estofamento todo com o padrão Chanel. Temos essa preocupação ao atender o público feminino, que tem um padrão mais exigente com os detalhes — acredita Domeniconi.