Montadoras suspendem a produção em junho; Fiat dispensará 16 mil metalúrgicos

O mês de junho vai começar com quatro montadoras paradas e pelo menos 34,7 mil trabalhadores em casa, em férias coletivas ou licença. Sem perspectivas de melhora nas vendas e ainda com estoques elevados, fabricantes de veículos suspenderão a produção ou vão operar parcialmente a partir da próxima semana.
A Fiat vai parar toda a produção em Betim, na Grande BH, de 8 a 12 de junho, e dispensará neste período 16 mil metalúrgicos. Procurada pelo em.com.br, a montadora informou que “após o feriado de Corpus Christi, irá realizar parada técnica nas linhas de produção com o objetivo de ajustar os estoques às demandas de mercado.”
Segundo o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos Betim, José Nunes, a paralisação é um reflexo do mercado. “A própria empresa está tomando essa medida para não demitir”, disse. No dia 1.º, 2 mil funcionários retornam de férias de 20 dias, a quarta neste ano. A fábrica começou o ano com a paralisação tradicional em razão das festas de Natal e ano-novo, recorreu à parada técnica de três dias em março e dispensou por 20 dias em abril um contingente de 2 mil empregados. A Fiat tem, ao todo, 19 mil empregados na unidade mineira, onde fabrica 3 mil veículos por dia.
A General Motors interrompe toda a produção de automóveis na fábrica de São Caetano do Sul (SP) praticamente o mês todo – de 1º a 28 de junho. Os quase 5,5 mil trabalhadores da produção terão férias coletivas no período. Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos local, Aparecido Inácio da Silva, “quase 8 mil carros deixarão de ser produzidos”.
O sindicalista calcula que a unidade tenha 80 mil carros em estoque. Na filial de São José dos Campos (SP), também estão previstas férias coletivas em junho para 1,7 mil trabalhadores do setor de veículos, mas a data ainda não foi divulgada. A GM não comentou o assunto. Silva informa ainda que a GM insiste na demissão de 819 metalúrgicos que devem voltar de lay-off (suspensão temporária dos contratos) no dia 9. Na unidade, há ainda outros 900 operários em lay-off até outubro.
Na Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) os 7 mil funcionários da produção ficarão em casa por 15 dias, a partir de segunda-feira, período em que as linhas de caminhões e ônibus serão interrompidas. A empresa também conclui na sexta-feira, 29, a demissão de 500 funcionários que estão em lay-off.
Também em São Bernardo, os 3,4 mil operários da Scania ficarão em casa na primeira semana do mês. Já os 2,8 mil trabalhadores da Ford em Camaçari (BA) retornam de dez dias de férias coletivas no dia 4.
Em abril, o estoque total de veículos nas fábricas e concessionárias era de 367,2 mil unidades, o equivalente a 50 dias de vendas. De acordo com dados da Anfavea, a maior parte estava concentrada nas concessionárias, onde havia 235,8 mil veículos (32 dias de vendas), enquanto nas fábricas o estoque era de 131,4 mil veículos (18 dias). O setor considera ideal um estoque equivalente a 30 dias de vendas.
Do Jornal Estado de Minas e Agência Estado.

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