Montadoras esperam por grande ruptura no modelo de negócios em 5 anos

Pesquisa da KPMG aponta conectividade e digitalização como tendências prioritárias

Uma grande ruptura no modelo de negócio das montadoras globais é extremamente provável para acontecer nos próximos cinco anos, revela a 17ªedição da pesquisa global com os executivos do setor automotivo realizada pela KPMG, a KPMG International Global Automotive Executive Survey – GAES 2016. Neste ano, com 800 entrevistados de 38 países, dos quais 60 no Brasil, 82% apostam nesta mudança.
“Os modelos de negócio devem estar focados para atender às necessidades atuais dos clientes. Os players do segmento devem notar que tornar-se um prestador de serviço direcionado ao consumidor é de extrema importância”, afirma o diretor de relacionamento da KPMG no Brasil para a indústria automotiva, Ricardo Bacellar.
Para os executivos do setor, a conectividade e a digitalização são a tendência número um a ser seguida até 2025. De acordo com o levantamento, tais itens subiram da 10ª posição no ano passado para a 1ª neste ano.
“Uma forma pela qual as montadoras podem agregar valor e oferecer experiências customizadas aos clientes é utilizar ao máximo a grande quantidade de dados que tanto o carro como o cliente produzem”, destaca Bacellar. No entanto, de acordo com o relatório, cerca de 70% dos entrevistados alegam que o uso dessas informações está em um estágio inicial e alguns até alegam que não fazem uso delas.
Enquanto isso, os clientes já estão cientes do valor de dados e querem receber por isso. Ao terem a opção de dar a ordem de classificação para as diversas alternativas de respostas, 82% dos clientes que responderam à pesquisa dizem que os benefícios monetários para os seus dados são a vantagem número um, seguidos pelos esquemas de incentivos ao cliente (75%) e serviço e experiência individualizados durante todo o ciclo de vida do consumidor (71%). Por outro lado, os executivos acreditam que o serviço e a experiência individualizados durante todo o ciclo de vida do cliente e os esquemas de incentivos (ambos com 88%) são mais importantes que os benefícios monetários (82%).
Sobre inovação, mais de um terço de todos os entrevistados (35%) prevê que as empresas automotivas tradicionais estarão à frente das inovações, seguidas pelas empresas de tecnologia de informação e comunicação (30%). Entretanto, ao analisar apenas as respostas das montadoras, 35% acreditam que as empresas de TI e comunicação deverão liderar as inovações.
“À medida que o mercado automotivo enfrenta uma nova era altamente conectada e digitalizada com vários novos players, as montadoras parecem estar cientes de que esses progressos ainda não são refletidos em modelos de negócio. Acreditamos que essas mudanças ajudarão a converter o setor para o próximo ciclo de desenvolvimento e os executivos do setor devem enxergar esse novo momento como uma grande oportunidade e não como um risco.”
Todos os dados da pesquisa e o estudo completo (em inglês) estão disponíveis em www.kpmg.com/GAES2016.
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