Fiat Mobi é lançado no Brasil, e preço parte de R$ 31.900

A Fiat apresentou nesta quarta-feira (13) o Mobi, seu novo carro de entrada, menor do que o Uno e Palio. Concorrente direto do Volkswagen Up, pelas dimensões, o modelo parte de R$ 31.900 e também deverá entrar na briga com outros hatches menos compactos, como Ford Ka, Nissan March e Toyota Etios e, em algumas versões, com os seus “irmãos” e com os líderes Chevrolet Onix e Hyundai HB20, além de Renault Sandero e Volkswagen Gol.
Todas as versões têm motor 1.0 de quatro cilindros e 75 cavalos e 4 portas. As vendas começam no próximo sábado (16).
VEJA O CONTEÚDO E O PREÇO DE CADA VERSÃO:
Mobi Easy: são itens de série retrovisores com comando interno, banco traseiro bipartido, para-choque na cor da carroceria, rodas de 13 polegadas com calotas, espelho de cortesia. Opcionais: ar quente e o pacote Functional, com vidros dianteiros e travas elétricas, limpador e desembaçador do vidro traseiro e predisposição do rádio. R$ 31.900
Mobi Easy On: acrescenta ar-condicionado, direção hidráulica, regulagem de altura do volante e rodas aro 14. Não há opcionais. R$ 35.800
Mobi Like: conteúdo da Easy On mais vidros e travas elétricas, predisposição de rádio, computador de bordo, chave telecomando, limpador e desembaçador traseiro, cintos de segurança dianteiros ajustáveis em altura, maçanetas e retrovisores na cor da carroceria, grade dianteira pintada em preto brilhante, abertura interna para tampa de e do porta-malas, revestimento do porta-malas e caixa para bagagem (14 litros). Opcionais: sistema de som, rádio e Fiat Live On (a partir de junho), ambos acompanhados de alarme e comandos no volante. R$ 37.900
Mobi Like On: acrescenta rodas de liga leve de 14 polegadas, faróis de neblina, regulagem de altura do banco do motorista, retrovisores elétricos com “tilt down” (que abaixam sozinhos ao engatar a ré), repetidores de seta, sensor de estacionamento, tecidos diferenciados nos bancos, alarme e rádio com comandos no volante. Não há opcionais. R$ 42.300
Mobi Way: a versão com visual “aventureiro” traz todos os itens da Like. Inclui barras longitudinais de teto, para-choques exclusivos e molduras nas caixas das rodas, além de suspensões mais elevadas. Opcionais: sistemas de som, rádio e a central multimídia Live On (a partir de junho), ambos acompanhados de alarme e comandos no volante. R$ 39.300
Mobi Way On: tem o conteúdo da Like On e o visual da Way, com a adição de rodas de liga leve aro 14 om desenho próprio e o console de teto com porta-objetos e espelho adicional. R$ 43.800
Nova fase da Fiat
“Não queremos mais ser vistos como a marca que vende os carros mais baratos do Brasil”, resume Carlos Eugênio Dutra, diretor de produto da Fiat Chrysler (FCA) no Brasil, sobre o que a fabricante espera do Mobi.
Mais do que transformá-lo em outro fenômeno de vendas – o que seria um desafio e tanto em meio à crise brasileira -, a montadora quer que ele marque uma nova fase.
Além do visual, a Fiat abriu mão da tradição de que basicamente tudo é opcional em seus carros de entrada, modelo seguido também pela Volkswagen. Só a versão mais básica do Mobi, chamada Easy, não tem ar-condicionado e direção hidráulica de série (nem como opcionais).
Para ter estes “equipamentos de sobrevivência” é preciso desembolsar pelo menos R$ 35.800, ou quase R$ 4 mil a mais sobre a versão mais básica. E por que insistir no modelo “pé de boi”? Dutra brinca, dizendo que: “Ainda tem maluco que compra”. Mas ressalta que ela deve ficar entre as menos vendidas do modelo.
Vidros elétricos aparecem apenas da versão intermediária (Like) para cima, que custa a partir de R$ 37.900. E não há direção elétrica, conhecida por ter mais leveza, nem nas versões mais caras.
Tampa de vidro
Como fez na atual geração do Uno, que a aproximou de um público mais jovem, a Fiat também apostou em design, para que o Mobi se destaque em meio à sobriedade de muitos rivais. “Você não se encanta quando vê o Up!”, diz Dutra. “É um bom carro, você pode achar isso ao dirigi-lo, mas, só de ver, não se encanta.”
Como em uma alfinetada direta no concorrente, o compacto da Fiat vem com a tampa do porta-malas em vidro, um “charme” que o Up! original, lançado na Europa, tem, mas que não foi usado no Brasil por questão de custo de reparo, segundo a Volkswagen, na época do lançamento.
“Ela é 6 kg mais leve do que a tampa com chapa e vidro (tradicional) e muito resistente. Ele não quebrou ao ser acertado por uma pedra de meio quilo a 30 km/h (em testes)”, disse Dutra. Para reduzir risco de quebra em colisões traseiras, há uma saliência no para-choque, logo abaixo da tampa, que receberá o impacto primeiro.
Irmão menor do Uno
Nas medidas, mais comparações com o já diminuto Up. É inevitável não colocar os “carrinhos” lado a lado e ver, na ponta da trena, quem oferece mais espaço – ou menos aperto.
Com 3,57 m de comprimento, o Mobi é 24,5 centímetros mais curto que o “irmão” Uno e 4 cm menor do que o Up. Na distância entre eixos, que equivale ao espaço interno, a diferença é de 7 cm (2,31 m) para o Uno e incríveis 12 cm para o Volkswagen, que tem 2,42 m.
O porta-malas tem capacidade para 235 litros, contra 285 litros do Up e 290 litros do Uno. Ou seja, por dentro, é um carro pequeno como todos os concorrentes: 5 pessoas vão muito apertadas.
Telefone vira tela
O Mobi estreia uma nova central multimídia da Fiat, que usa o usa o smartphone do motorista ou passageiro como tela, acomodando-o em um suporte no centro do painel.
O sistema chamado de Live On é compatível com celulares com Android e iOS (Apple) e é opcional para algumas versões (Like e Way). Ele será vendido a partir de junho; até lá a central será a mesma ofertada no Uno, a Connect.
No Live On, um aplicativo criado pela Fiat funciona como uma interface na tela do telefone para que o usuário possa abrir apps que ele já tem instalado, como Waze, Google Maps e os de streaming de músicas Spotify e Deezer.
Informações do aplicativo também são enviadas ao computador de bordo, atrás do volante: os dois equipamentos são vendidos e instalados simultaneamente, por isso não dá para colocar a central Live depois de comprar o carro ou trocar a Connect por ela.
Motor do Palio Fire
Apesar dessas novidades, o coração do Mobi não é nada moderno. Ele usa o mesmo motor do Palio Fire, o 1.0 de 75 cavalos, de 4 cilindros. Apesar dos rumores de que a montadora lançará um moderno motor de 3 cilindros (possivelmente com mais potência e menor consumo), Dutra desconversa e diz que, em clinicas feitas com clientes, eles não se importam com a quantidade de cilindros, e, sim, com o desempenho.
“A gente pergunta se querem motor de 4 ou 3 cilindros e respondem: O que?”, comentou o diretor de produto da FCA. “O cliente quer saber do resultado.”
A mesma justificativa é dada por ele em relação ao fato de o hatch não oferecer, em nenhuma versão, direção elétrica. “Não faz diferença”, afirmou.
Desafio
O investimento em um segmento de alto volume de vendas, em um ano em que os emplacamentos em geral caíram ainda mais, exigirá esforço extra da montadora.
“Quando aprovamos (a produção do carro), o Brasil vendia 4 milhões de veículos por ano; agora, vende 2 milhões”, comparou Dutra.
A montadora diz que estima vender 60 a 70 mil unidades neste ano, um objetivo modesto que equivaleria a uma média mensal de cerca de 9 mil emplacamentos, semelhante ao desempenho que o HB20 tem tido em 2016, mas inferior à do Onix.
Luciana de Oliveira e André Paixão, do G1.

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