Fiat e Iveco param produção em agosto para regular altos estoques

A Fiat Automóvel e a Iveco, marca de caminhões e veículos comerciais da montadora italiana, vão paralisar temporariamente parte da produção como mecanismo de adequação dos altos estoques. Em Betim, na Grande Belo Horizonte, a Fiat concederá, a partir de 11 de agosto, férias coletivas de 10 dias, ajustando a fabricação dos modelos Linea, Doblô, Bravo e Palio Weekend. A Iveco vai usar o sistema de banco de horas para dispensar, na próxima segunda-feira, 1,5 mil empregados do quadro de 3,7 mil mantidos em Sete Lagoas, na Região Central de Minas Gerais, sendo 13 dias de paralisação do pessoal da linha de veículos pesados e 10 dias dos operadores da linha de veículos leves. Continuarão funcionando as unidades de motores e de veículos de defesa.
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Fiat informou que deixarão de ser produzidos 10 mil veículos no período das férias coletivas. A justificativa para a medida atípica num mês de agosto é de que a decisão foi tomada para “adequar os níveis de estoque à demanda e balancear o mix de modelos produzidos ao perfil da demanda”. As vendas seguem aquecidas, de acordo com a companhia, dos modelos Palio, Siena, Uno e Strada. Não foi informado o número de trabalhadores que serão dispensados até 20 de agosto. A atual produção da fábrica de Betim é de 3 mil veículos por dia.
A assessoria da Iveco informou que a empresa estuda medidas de suspensão temporária de contratos de trabalho, proposta apresentada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, e a redução da jornada na unidade. A produção brasileira de caminhões caiu 18,8% de janeiro a junho, na comparação com o primeiro semestre de 2013, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Nas linhas de automóveis de passeio e comerciais leves, a queda foi de 16,8% no mesmo período.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, Ernane Geraldo Dias, destaca que a Iveco vai paralisar sua produção pela quinta vez este ano, depois de duas férias coletivas concedidas, em janeiro e abril, e paradas em junho e julho devido aos jogos da Copa do Mundo. “Estudamos alternativas de suspensão de contratos ou de jornada de trabalho em lugar de demissões. Na proposta de redução de um dia da jornada semanal, pedimos garantia de emprego até março do ano que vem”, disse o sindicalista.
Contramão
Em Betim, na avaliação do sindicato local dos metalúrgicos, a paralisação temporária na Fiat Automóveis vai na contramão dos investimentos que a montadora está realizando em seu parque industrial e na construção de uma fábrica em Pernambuco. “Entendemos que há segmentos da economia que enfrentam problemas de demanda, mas há investimentos sendo feitos no setor automotivo e empresas que estão contratando. Alguns segmentos do setor vão bem”, disse o diretor do sindicato, Paulo Moreira dos Santos.
Com base nas estimativas do Sindicato dos Metalúrgicos de Sete Lagoas, o sistema de banco de horas da Iveco acumula 170 mil horas de paralisação da produção desde o ano passado. O novo período de interrupção parcial da produção neste mês será compensado provavelmente em 2015. Em Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, a Mercedes- Benz e o sindicato local dos metalúrgicos já vêm negociando a suspensão dos contratos de trabalho de 120 a 150 trabalhadores como forma de contornar a retração das vendas.
Por Marta Vieira, do Jornal Estado de Minas.

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