Fábrica da Mercedes começa a ser erguida

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A Mercedes-Benz realizou dia 05/02 a cerimônia de pedra fundamental que dá início, de forma oficial, às obras da nova fábrica de automóveis da marca alemã, a ser erguida em Iracemápolis, no interior de São Paulo. O investimento marca o retorno do grupo à produção de automóveis no Brasil. O presidente da montadora no país, Philipp Schiemer, informou que os primeiros carros devem começar a ser produzidos em fevereiro do ano que vem. “A economia brasileira nos surpreende com oscilações repentinas, mas vemos potencial no país”, ao justificar o projeto no momento em que o setor vive uma grave crise, disse o executivo no evento.
Com aporte estimado em R$ 500 milhões, a produção começa com o sedã Classe C, o mais vendido da marca. Quatro meses depois, em junho de 2016, está previsto o início da fabricação do segundo modelo, o utilitário esportivo GLA. Schiemer não informou o grau de nacionalização dos veículos, mas garantiu que eles irão atender aos requisitos do Inovar-Auto, o regime automotivo que cobra das montadoras compras de peças nacionais em troca de incentivos fiscais.
A fábrica vai fazer o processo de pintura, montagem e soldagem de peças. O motor também vai ser montado no Brasil por um fornecedor da Mercedes, mas a partir de conjuntos de peças importados da Alemanha. Os dois modelos contarão com motores turbo com a tecnologia flex, que roda tanto com gasolina como com etanol. Serão os primeiros veículos flex da Mercedes. O ferramental para a fábrica deve começar a chegar entre julho e agosto.
A capacidade produtiva será de 20 mil carros por ano. Porém, a operação deve começar produzindo metade dessa capacidade e com 600 funcionários. A fábrica deve operar com sua capacidade máxima a partir de 2017, segundo Schiemer. A estimativa é que o número de vagas diretas chegue a mil e que sejam criados mais 3 mil empregos indiretos em empresas fornecedoras. A montadora quer aumentar sua rede de concessionárias, hoje de 45, em 40% até 2016.
A Mercedes não deve, no entanto, investir para atrair fornecedores à cidade. De acordo com o presidente da filial, uma das razões para a escolha do município foi justamente a proximidade com indústrias fornecedoras de cidades vizinhas a Iracemápolis.
Pelo menos inicialmente, o objetivo é atender apenas ao mercado interno. Schiemer disse em conversa com jornalistas que usar o Brasil como plataforma de exportação é inviável. “São necessários acordos bilaterais e o Brasil não tem acordos com muitos países compradores dos nossos produtos”. Além disso, afirmou, para viabilizar a exportação pelo Brasil seria necessária infraestrutura, logística e redução de impostos.
Para pôr a quarta unidade fabril no Brasil de pé, a empresa conta com uma parceria com Senai no treinamento dos funcionários e tem ajuda dos governos federal, estadual e municipal, que vão garantir a infraestrutura necessária à produção. Na próxima semana, deve ser assinado o convênio entre prefeitura e governo estadual para levar fornecimento de água e acesso à rede de esgoto à região onde ficará a fábrica. Além disso, a unidade vai ser atendida por uma nova estação de tratamento.
Fonte: Valor Econômico

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