Compartilhamento: mesmo com menos carros, trânsito será maior

De Folha

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De acordo com um levantamento da consultoria PriceWaterHouseCooper (PwC), mesmo com a redução na frota automotiva em decorrência do compartilhamento em massa no futuro, o trânsito será maior que o verificado agora. Parece estranho que menos carros registrados aumentem enormemente o trânsito nas próximas décadas.

No entanto, a conta leva em consideração um fator determinante para o aumento do trânsito: carros compartilhados rodam bem mais que os carros particulares. De acordo com o estudo, carros compartilhados circulam em média 58 mil km por ano contra 13,2 mil km dos carros particulares. Os dados são do mercado europeu, mas servem de referência para outros mercados também. Isso porque estudos revelam que um carro particular passa em média 95% do tempo parado durante um dia.

É aí que o carro compartilhado vai fazer a diferença. Ele não ficará parado em estacionamentos esperando por seus donos. O crescimento de serviços de transporte pessoal em carros compartilhados aumentará muito nos próximos anos. O carro elétrico em união com a condução autônoma, provocará um aumento expressivo no número de usuários. Os custos das tarifas também deverão cair com o aumento da demanda.

A maior frequência no uso de carros compartilhados aumentará o trânsito de veículos nas ruas em horários fora do pico normal. Christoph Stuermer, especialista automobilístico da consultoria, revela que “em alguns anos, o padrão atual de a maioria das pessoas dirigir seu próprio carro vai ser apenas mais um conceito de mobilidade entre tantos outros”. A previsão é que um em cada três km percorridos serão cobertos por carros compartilhados.

Na Europa, por exemplo, a previsão é que a frota de automóveis seja reduzida de 280 milhões para 80 milhões de unidades. Mas, embora o corte seja grande, o restante em circulação não estará parada durante o horário comercial. Além disso, como percorrerão muito mais quilômetros em pouco tempo, o período para substituição da frota cairá de 17,3 anos para apenas 3,9 anos. E mais, essa rotatividade na frota de compartilhados, resultará num aumento de 24% nas vendas da União Europeia, que em 2030 terá um mercado de 24 milhões de unidades.

Apesar do aumento nas vendas de carros para compartilhamento, a PwC adverte que a situação será difícil para os fabricantes, pois estes terão de investir mais em pesquisa e desenvolvimento, bem como na construção de novas fábricas. Mas, tudo isso precisa fechar a conta da margem de lucro, que poderão até cair com a chegada de novos concorrentes. A GM, por exemplo, já se vê neste mercado (não na Europa, é claro) como um fabricante voltado para o compartilhamento.

A tendência da substituição de carros particulares por compartilhados, que serão elétricos e autônomos, deverá ser acentuada na Europa e EUA, onde muitas pessoas sem habitação passarão a fazer parte desse mercado e os motoristas que usam pouco o automóvel passarão a apenas pagar por seu uso em determinadas situações.

Diferentemente dos aplicativos de transporte, que pegam e deixam os usuários nos locais desejados, os carros compartilhados sem a presença da condução autônoma, como ocorre agora, obriga que os clientes retirem e entreguem os veículos em locais determinados, não atendendo de forma ampla as necessidades das pessoas. Os autônomos irão sozinhos até o local do cliente.

E aqui? O processo no Brasil deve continuar muito lento. Existem poucas empresas desse setor no país e o serviço ainda é desconhecido pela maioria das pessoas. Aqui, o problema maior será a infraestrutura, pois a condução autônoma vai precisar de ruas e sinalização viária em ordem, o que não ocorre no momento.

[Fonte: Notícias Automotivas

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